quinta-feira, 3 de março de 2016

[Cinemania] “Meu Rei” na corrida aos César da Academia Francesa

Nomeado para 8 galardões César, os "Óscares" da Academia Francesa, chega às salas portuguesas no próximo dia 3 de Março a película "Meu Rei/Mon Roi"


O filme de Maïwenn, com Emmanuelle Bercot e Vincent Cassel como protagonistas, aborda os altos e baixos e as dificuldades de uma relação que começa a não dar certo. O filme começa com o (re)encontro de Tony (Emmanuelle Bercot) e Giorgio (Vincent Cassel) e logo pelos primeiros minutos do filme, entendemos logo o título do mesmo. Giorgio é o Rei da noite, o Rei do grupo dos amigos, vivendo a vida como um Rei. A forte atracção sexual entre o par é logo evidente, embora percebamos que de peronalidades, o casal não poderia ser mais diferente. Apesar de na fase de namoro ser evidente as divergências entre o casal, o relacionamento acaba por chegar ao casamento que atinge um desequilibrio total.

A narrativa do filme vai intercalando entre duas linhas de história sendo que, na verdade, a relação de Tony e Giorgio pertence ao passado. O filme abre com Tony abre o a sofrer um grave acidente e a ser internada num centro de reabilitação física. Quase todo o filme acaba por ser vários flashbacks de recordações e momentos de Tony com Giorgio.

É através deste regresso ao passado que vamos tendo acesso à relação tóxica de Giorgio e Tony, desde os ciúmes de Tony, à indiferença de Giorgio e ao seu narcisismo, passando pela manipulação psicológica que este exerce sobre a mulher, estejam juntos ou separados, debilitando psicologicamente Tony. O casal acaba por tornar-se na sua própria contradição, não sendo felizes em união ou em separação.

O final acaba por ser um pouco ambíguo e deixa em aberto e à interpretação de quem o vê. Depois de tanto drama, tanta discussão, tanta manipulação e desespero fica a ideia que um casal que tenta constantemente humilhar o conjugue não merece ficar junto. Contudo, os mais românticos como eu poderão afirmar que o amor é incondicional e que nenhuma relação é perfeita e há que continuar a lutar pela sintonia de outros tempos.

Não sendo grande conhecedora de cinema francês resta dizer-me que em pouco mais de duas horas, "Meu Rei" conseguiu com honestidade retratar um tema actual que poderá enventualmente questionar e ser incómodo para muitos homens e mulheres, caberá a cada um interpretar a mensagem do filme de acordo com a sua experiência.

Artigo publicado em parceria com Diário do Distrito


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