Texto: Pedro Ferreira de Carvalho
Nova Gazeta e Diário do Distrito
Foto: Arquivo Nova Gazeta/DR
Croácia 0 – 0 Portugal (0 – 1 após prolongamento)
Croatas com dois olhos no burro… e nenhum no cigano!
O golo tardio da Islândia na terceira jornada da fase de grupos ditou que Portugal iria seguir por um caminho teoricamente mais fácil nas eliminatórias rumo à final. Mas o primeiro obstáculo foi tudo menos fácil. A Croácia entrava nesta fase da competição com a moral em alta, após ter superado a campeã europeia em título, a Espanha. O encontro foi quase que dormente, com as duas equipas a estudarem demais o jogo, a medirem com demasiadas cautelas a estratégia a seguir. Fundamentalmente a tentarem errar o menos possível. Daí que as oportunidades de golo de ambas as partes não tenham sido em elevado número e que no final dos 90 minutos a igualdade a zero fosse o resultado mais óbvio. Mas desta vez, o empate tinha de ser desfeito, ao contrário do que aconteceu com a nossa selecção durante a fase de grupos.
O prolongamento acabou por ser o arrastar do que se tinha passado até então, mas quando muitos já esperavam pelas grandes penalidades, eis que, após uma bola defendida a meias por Rui Patrício e pelo seu poste direito, os jogadores lusos desenharam aquilo a que se chama um contra-ataque perfeito. Renato Sanches conduziu a bola em velocidade por largas dezenas de metros. Ronaldo arrastou consigo para a ala direita dois adversários, Renato optou por colocar do lado esquerdo, em Nani. Este, levantando a cabeça e vendo Cristiano do lado oposto com o braço no ar, faz de imediato um passe rasteiro a rasgar a defesa, que mais parecia um remate frouxo falhado, mas pleno de intenção. Ronaldo domina e remata de pronto, com Subasic a defender, mas a deixar a bola a menos de um metro da linha de golo, onde aparece Ricardo Quaresma a dizer que sim com a cabeça. Estava desempatada a partida, a 3 minutos do final do prolongamento.
Depois foi só aguentar a derradeira tentativa dos croatas em tentar empatar. Portugal está nos quartos-de-final, tendo a Polónia como próximo adversário.
Suíça 1 – 1 Polónia (4 – 5 após grandes penalidades)
Polacos eliminam suíços e defrontam Portugal na próxima ronda.
Se dependesse da bicicleta de Shaqiri, a Suíça seguiria sem dúvida em frente. Até agora, o golo mais espectacular da prova. Nada mais do que uma bicicleta em cima da linha da grande área. Mas esse golo apenas empatou a partida, pois na primeira parte a Polónia tinha alcançado vantagem com golo de Kuba.
Na decisão das grandes penalidades, Xhaka acabou por falhar o seu tento.
País de Gales 1 – 0 Irlanda do Norte
Primeiro knock-out após Brexit… Galeses, para já, ficam!
Duas selecções que até agora nunca tinham chegado tão longe numa fase final de um europeu, mas a nova configuração da prova trouxe este ano estas novidades. Galeses, mais incisivos na fase de grupos, fizeram valer esse estatuto perante uma Irlanda do Norte que nunca se deu por vencida. Um auto-golo por parte do capitão Gareth McAuley, aos 75 minutos acabou por colocar os Galeses na fase seguinte.
Hungria 0 – 4 Bélgica
Belgas confirmam candidatura à final
Perante uma Hungria que nunca conseguiu verdadeiramente colocar em perigo a vitória belga, a verdade é que até aos 78 minutos o resultado não espelhava o que se estava a passar dentro do campo. Até que Hazard desencravou o marcador e permitiu que fosse obtida a maior goleada até agora.
Os belgas têm agora pela frente a selecção galesa.
Alemanha 3 – 0 Eslováquia
Eslovacos sem argumentos perante eficácia alemã.
Cedo os alemães adiantaram-se no marcador, através de remate de Boateng. Perto do intervalo, Mario Gomez elevou a contagem, para já a meio do segundo tempo Julian Draxler confirmar o terceiro golo para a turma de Löw.
Ficavam na expectativa do Itália – Espanha do dia seguinte.
Itália 2 – 0 Espanha
E o campeão europeu não é… a Espanha.
Uma coisa é certa. O título europeu vai mudar de mãos, o que não aconteceu há quatro anos, quando a Espanha revalidou o título. Mas desta vez, La Roja não teve argumentos perante uma Squadra Azzurra que deu uma lição táctica bem ao estilo de António Conte, talvez a figura principal desta selecção, ao invés de ser um jogador, como acontece provavelmente com todas as outras adversárias. Chiellini marcou ao passar da meia hora de jogo e Pellè carimbou o passaporte para os quartos no período de descontos.
Nova final antecipada dos italianos, agora perante germânicos.
França 2 – 1 República da Irlanda
Depois de Payet na fase de grupos, foi a vez de Griezmann brilhar!
Aos dois minutos os irlandeses colocaram-se em vantagem, com penalty convertido por Brady. Um susto que perdurou até intervalo da partida. Na segunda parte, a França partiu com tudo para dar a volta ao resultado e, perante o apoio dos seus adeptos em maioria, obviamente, acabou por dar a volta, com dois golos de Griezmann.
Tal como os alemães, a selecção da casa ficou a aguardar pelo Inglaterra – Islândia do dia seguinte.
Inglaterra 1 – 2 Islândia
O segundo Brexit na mesma semana, servido com gelo… Islandês!
A surpresa deste campeonato da europa. A Islândia voltou a dar cartas. No início muitos se questionaram como Portugal não conseguiu ganhar a esta Islândia. A resposta pode ser dada de várias formas e uma delas é esta partida que colocou os ingleses fora da prova. Cedo Wayne Rooney marcou um penalty que parecia escrever a história como seria mais expectável, mas Sigurdsson e Sigthórsson em menos de 15 minutos trataram de reverter a lógica a seu favor. Até ao final da partida, a Inglaterra tentou, mas perante uma muralha gelada mas cada vez mais capaz de fazer bem o que sabe fazer, de pouco ou nada valeu a tentativa britânica.
Irá ser uma festa, certamente, o embate entre islandeses e gauleses.
Quartos-de-Final:
30.06.2016 (20:00) – Polónia – Portugal
01.07.2016 (20:00) – País de Gales – Bélgica
02.07.2016 (20:00) – Alemanha – Itália
03.07.2016 (20:00) – França – Islândia
Melhores marcadores:
1º Antoine Griezmann (França) – 3 golos
2º Álvaro Morata (Espanha) – 3 golos
3º Gareth Bale (País de Gales) – 3 golos