Texto: Pedro Taborda
Mestre em Psicologia Educacional e da Orientação pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.
Quem é que nunca achou que no fundo, no fundo, o que aquela criança precisava era de ter regras como antigamente, sem as modernices de hoje em dia, dos psicólogos? Quem nunca achou que os seus filhos estavam perfeitamente saudáveis e não precisavam nada, mesmo nada, de ir ter com um psicólogo?
Muita gente poderia perfeitamente responder a estas duas questões de forma
afirmativa. O que é preocupante. ~
Muito antes de a ciência se fazer ciência temos procurado respostas para muitas
das questões que surgem nas nossas mentes e foi essa curiosidade que nos levou
a encontrar respostas, a debater problemas e, concretamente no caso da
psicologia, propor formas de intervir de uma maneira tão eficaz quanto possível
junto de quem nos procura.
Ora, na psicologia educacional não é diferente.
Apesar de estarmos mais cientes das intervenções mais
eficazes, estamos ainda longe de ter uma maioria das pessoas a acreditar que a
psicologia pode ser uma mais valia na melhoria de resultados escolares, de
promover um clima e uma cultura escolar seguras e que permitam um
desenvolvimento maior. Ou até de reconhecer na psicologia uma capacidade de
promover estilos de vida saudáveis.
O trabalho de cada um dos psicólogos é fundamental para este trabalho. E deve
ter tanto de diário como de rigor.
Uma dos grandes aliados que a psicologia tem ao seu dispor
são os psicólogos educacionais, especialmente os que de forma mais discreta ou
mais proativa convivem com os alunos e professores nos vários agrupamentos pelo
nosso país. Poderíamos debater se a atual oferta de psicólogos em contexto
educativo é suficiente ou não. Mas mantenhamos o foco naquilo que é o seu
trabalho.
Donos de uma formação exigente e que se quer contínua ao
longo da vida, os profissionais da psicologia da educação, são muitas vezes os
soldados da linha da frente na intervenção junto dos alunos que ora chegam aos
seus gabinetes, ou são encaminhados por sugestão dos encarregados de educação
ou dos professores. E é aí que a psicologia começa a mostrar o que vale.
Desde ao (aparentemente) mais simples dos problemas aos
desafios mas complicados, os psicólogos podem ser uma mais valia em criar entre
educadores e educandos uma relação mais profícua e estável para que no futuro
se diminuam comportamentos danosos, se promova o sucesso escolar ou até se
atinga um potencial de desenvolvimento escolar e pessoal maior.
Estamos longe de ter os educadores a acreditar em pleno que a psicologia pode
ser a resposta. Mas estamos cada vez mais seguros de que somos um contributo
valioso.
Em resposta ao que sugeri acima: muitas vezes (senão quase
sempre) uma compreensão mais detalhada do que temos diante de nós é mais
valiosa do que um castigo que na altura parece tão promissor.
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