O concelho de
Setúbal oferece em termos de cenários paisagísticos, uma escolha imbatível. Uma
serra de encostas calcárias, debruçada sobre o mar, onde alberga uma flora
única que levou à constituição de um dos primeiros Parques Naturais de
Portugal, o Parque Natural da Arrábida. Uma serra que oferece uma vasta escolha
de percursos pedestres, ou para os mais aventurados, de bicicleta. Caminhos
sinuosos por entre as vastas matas que acabam por se abrir na vastidão do mar.
Mas não é só em terra que podemos nos perder com as delícias de uma
natureza ainda selvagem. O Parque Marinho Luiz Saldanha veio proteger as várias
espécies da fauna e flora marinha que ali se desenvolvem, permitindo que os
seus números de efetivos aumentassem. Quem conhece as praias que ali se
encostam a sudeste, sabem como é costume verem-se cardumes que usam a proteção
destas baías para crescerem em segurança.
Mas não é só o
mar que refresca esta paisagem. Setúbal é ainda banhada pelo rio Sado, um dos
poucos rios europeus que contraria a norma, correndo de sul para norte, indo
desaguar na cidade de Setúbal. Aqui, onde o fresco do rio encontra o salgado do mar, criaram-se as condições para dar lugar à única população de golfinhos
(roazes) residentes em Portugal.
Embora possamos conhecer toda a beleza natural que esta região oferece, ela
nunca foi devidamente aproveitada. Setúbal é uma cidade que sempre viveu da
indústria e da pesca, e que está agora a crescer no turismo. Esta é a altura
para se apostar no futuro que se quer para a cidade, e o turismo de natureza
pode ser uma boa oferta. Uma oferta que se destaque das restantes do país, e
que sem sobra de dúvida, a região pode oferecer. São exemplo as novas empresas
criadas que têm vindo a apostar nas atividades ao ar livre, tanto desportivas
como de lazer. É de salutar o empreendedorismo desta geração mais jovem, que
vêm no património natural uma oferta de valor. O turismo de natureza, tem ainda a vantagem de incentivar a preservação das áreas naturais a proteger, contribui para o desenvolvimento do emprego local, e promover as tradições culturais, às quais está fortemente associado. Esperemos que a autarquia saiba
também reconhecer esta mais valia, e a torne numa aposta de futuro.
Autora
Ana Emauz
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