Três assassínios entre
centenas que não chegam aos títulos de capa nem atraem as câmaras dos canais de
TV. Três casos que chegam desordenados: são anunciados na rádio, recordados no
jornal de uma cidade, alguém fala deles numa conversa. Três crimes ocorridos no
interior da Argentina, enquanto o país festejava o regresso da democracia. Três
mortes sem culpados. Convertidos em obsessão com o passar dos anos, estes casos
dão lugar a uma investigação atípica e infrutífera. A prosa nítida de Selva
Almada plasma em negro o invisível, e as formas quotidianas da violência contra
meninas e mulheres passam a integrar uma mesma trama intensa e vívida. Inscrevendo-se
no género «romance não ficção», inaugurado por Truman Capote, Raparigas Mortas é uma obra singular.
Combinando percepções e lembranças pessoais com a investigação de três
femicídios no interior da Argentina durante a década de 80, Selva Almada
revela, de modo subtil, a ferocidade do machismo e o desamparo das mulheres
pobres.
Selva Almada estará em Cascais, no dia 22 de
Setembro, para participar no Festival Internacional de Cultura.
Nas livrarias desde 5 de Setembro
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