sábado, 2 de setembro de 2017

OPINIÃO | A Guerra dos “Cromos” | ANA KANDSMAR

Volta e meia, quando o tema do momento calha a carregar na tecla dos movimentos LGBTQGTDVJKOHCDSRGKHFDTGJHJ&#$%(/)*# (ufa!), escrevo o que penso sobre o assunto e publico o que escrevo no blog ou no Facebook.  Não me parece má ideia fazê-lo tendo em conta que ainda vivemos num estado democrático que privilegia a liberdade de expressão… Ups…! Desculpem. Começo mal. Tendo em conta o cerco cada vez mais apertado do politicamente correcto, palavras como “estado democrático” e “liberdade de expressão”, são hoje palavras desprovidas de qualquer sentido e mesmo assim convêm ao escrevê-las, colocá-las entre aspas.

Fazendo uma retrospectiva da coisa, relembro a última marcha pelo Orgulho Gay pautada por vários momentos de intrigante “volte face”, se a compararmos com a forma como decorriam as marchas gay nos primórdios do tal “Orgulho”. Pelo que leio e ouço, estas manifestações do brio homossexual em espaço público, começaram exactamente para contrariar a perseguição e desprezo que a restante comunidade hétero lhes votava. Havia, e eu sei que havia, quem não lhes desse emprego, por exemplo, por causa das suas orientações sexuais, e pior ainda, também havia, que eu sei que havia, famílias que se muniam de doses titânicas de crueldade, frieza e incompreensão, atirando para o olho da rua e para o centro do seu egoísmo, filhos, irmãos, netos ou sobrinhos que ousassem assumir no seio familiar, as suas opções sexuais não convencionais. Foi realmente necessária firmeza e acima de tudo, a consciência de que ninguém é melhor que ninguém, para se parar de ostracizar e pior, reduzir a aberrante, anormal, deformado, toda e qualquer pessoa que se assuma homossexual. Relativamente ao “volte face” que mencionei acima, é que era escusado. Ora vejamos: Gays que entram por um cabeleireiro masculino adentro e desatam de agredir verbal e fisicamente, clientes e trabalhadores; Livros para crianças, meninos /meninas que são retirados do mercado por pressão de propagadores de ideologias de género (isso sim, aberrante e anormal) levando o próprio governo a desenterrar “recomendações” do tempo do Estado Novo; Pré-escolas que obrigam pais a acatar a regra do vestidoVScalça quer para meninos quer para meninas (Não, isto não acontece AINDA em Portugal!); considerar-se ofensivo o uso do termo “Senhora” ou “Senhor”…parece-me ser um “virar da mesa” demasiado arriscado, eu diria mesmo, perigoso.

Há entre os heterossexuais uma abertura e aceitação dessas diferenças, cada vez maior, mas também se começa a notar alguma saturação entre os apoiantes da causa por via dessa sede excessiva que leva os L,G,B,T e mais um par de botas, a secar o poço. Este ideal da “igualdade” começou por ser uma pequenina bola de neve que se tem vindo a agigantar e hoje é uma avalanche que ameaça soterrar-nos a todos. Não sei se no futuro que se avizinha, tanta tentativa de moldar a sociedade para a nova forma “a yoggi é um yogurte mas quer ser gel de banho”, estaremos dispostos a tamanho sacrifício. Já acontece circularem nas pré-escolas livrinhos em que os meninos se vestem de princesas e as meninas de super-heróis, entre outras “trocas” de actividades que as pessoas da minha idade nos seus tempos de escola, sabiam instintivamente serem coisas de meninos ou coisas de meninas…e não havia alarde! Não me recordo de alguma vez os meus pais me terem advertido que eu não devia jogar à bola, por exemplo. Não jogava porque não tinha qualquer apetência para o fazer, tal como nunca vi o meu irmão entusiasmado a brincar com bonecas, coisa que podia fazer, se quisesse, já que as bonecas estavam lá e muitas vezes espalhadas no seu próprio quarto. Sobre esta apetência convém dizer que nem por sombras considero que os rapazes são intelectualmente mais capazes que as raparigas ou vice-versa. E para o provar, confidencio que as minhas brincadeiras com bonecas metiam seringas, agulhas e curativos, pernas e cabeças arrancadas e recolocadas no seu lugar porque eu era médica ao passo que o meu irmão era um simples jogador de futebol. À parte as diferenças salariais, (e nisso ele foi claramente mais esperto do que eu) veja-se quem queima mais as pestanas para chegar lá. Tendo em conta que em medicina, esse bicho-de-sete-cabeças, entram tanto homens como mulheres, garanto, ambos estão bem munidos de neurónios.

Quero com isto dizer que é óbvio que meninas e meninos são diferentes, biológica, intelectual e fisicamente e serão precisos séculos de lavagem cerebral para alterar esta percepção, mas todos esses séculos não bastarão para alterar a realidade. Podemos entrar em modo “hipnose” e acreditarmos que somos galinhas, comermos milho como as galinhas, cacarejarmos como as galinhas, mas nunca poremos ovos ou ficaremos com o corpo repleto de penas como as galinhas. Só há dois géneros: Masculino e Feminino. Ou somos homens ou somos mulheres. Lamento, mas não há volta a dar. Quem levamos para a cama não altera isso e quem levamos para a cama deve ser entendido pela sociedade como coisa interdita à curiosidade alheia. Todavia, transportar isso para todas as áreas da nossa vida, tornando a nossa sexualidade o foco, o auge da nossa existência, ao ponto de brincarmos com a nossa biologia, moldarmos o nosso corpo em função de uma preferência que se materializa tão simplesmente com relacionamentos que nos façam felizes, parece-me francamente, coisa do foro psiquiátrico e não tenho dúvidas… por tantas e tão variadas razões, a humanidade está doente.












Ana Kandsmar


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