quarta-feira, 18 de outubro de 2017

"ORIGEM" de DAN BROWN ou o PROFESSOR ROBERT LANGDON em PORTUGAL?


As perguntas para Dan Brown eram inúmeras todos queriam falar com o autor, tirar fotografias, pedir autógrafos. No entanto foi-nos explicado que só iria responder às perguntas. Para todos aqueles que pensem que se trata de vedetismo passo desde já a explicar o motivo da sua decisão. Como não é humanamente possível no período de uma hora assinar os livros de 1500 pessoas, bem como responder e tirar fotos com cada uma delas, decidiu logicamente não o fazer com ninguém.

Muitas das questões tinham sido antecipadamente enviadas pelos leitores para a editora

através da página oficial da Bertrand, mas felizmente para todos os presentes foi possível fazerem-se muitas mais, e são essas respostas que vos deixo aqui hoje, na esperança de vos
ajudar a saciar a curiosidade.

A primeira questão foi para quando uma estória em Portugal. A resposta surgiu tão naturalmente como o titulo do mesmo. Dan Brown já anda a pensar há algum tempo fazê-lo e até já trazia um nome “The Sintra Cypher”.

O motivo que o levou a escrever “Origem” com Espanha como pano de fundo de toda a acção deve-se ao facto de lá ter vivido durante um ano enquanto estudante na Universidade de Sevilha. O momento mais peculiar foi quando disse que nesse período aprendeu a dançar sevilhanas, numa noite foi com a família com quem vivia à Feira de Sevilha, sem saber como deu por si em cima de um palco com uma lindíssima mulher com quem teve que dançar. Fazia-o maravilhosamente enquanto que ele não sabe bem o que fez naquele longo período de tempo. Deu graças por na altura ainda não existirem telemóveis com camara.

Gosta de escrever sobre o que gosta de ler. Se lhe pedissem para escrever sobre como cozinhar “paella” não o faria até porque nunca conseguiu fazer um prato de jeito.

Acredita em vida extraterrestre apesar de não acreditar que são os responsáveis pela construção das pirâmides. O motivo pelo qual julga que não conseguimos comunicar com outras formas de vida deve-se unicamente ao facto do nosso tempo ser limitado e o universo ser muito extenso.

Se o ser humano muda de acordo com as suas necessidades sente que a religião deveria fazer o mesmo. Se não mudar, não evoluir terá tendência para eventualmente se extinguir. Todos temos um código fundamental dentro de nós. Não preciso dos Dez Mandamentos para saber que não devo matar. Até uma criança, que vê um sapo na praia, sabe que não deve pisar o sapo. Sabemos que temos de proteger a vida. Não penso que a religião nos vá salvar, nós é que precisamos de nos salvar.”

A mãe, a sua fã número um, estava muito orgulhosa dele por tratar de assuntos tão melindrosos como o da religião, costumava dizer-lhe que “É mais importante acreditares no que acreditas do que naquilo que nos é imposto”.

Ao ser confrontado com o receio das reações que poderia ter ao seu livro por tocar em tantas religiões, afirmou que nada tinha a temer na medida em que o seu livro é simplesmente uma obra de ficção. Lembrando o que os cruzados passaram e mais recentemente os julgamentos de Salém. Não acha que o terrorismo tenha algo a ver com a religião. Mas que esta acaba por ser uma desculpa para levar as pessoas a fazerem coisas más. Afirmando que: “as religiões são pacíficas.”

O professor Langdon tem um pouco dele e do pai na medida em que são ambos professores, “Quis escrever uma trama emocionante com um herói que fosse um professor”. Gosta de pensar que se identifica com a sua personagem, mas gostaria de ser, mais inteligente e corajoso como Robert Langdon. Alguém lhe disse que isso não era possível pois a personagem só existia porque ele assim a fizera: “Não pode ser, porque ele diz o que tu dizes” na altura lembra-se de ter respondido: “o que lhe leva 3 segundos a responder levou-me 3 dias a escrever”.

À pergunta se considerava o professor Langdon parecido com o Indiana Jones, afirmou perentoriamente que os únicos elos de ligação entre os dois passam por serem ambos professores universitários e estarem sempre envolvidos em aventuras, mas continua a considerar o Indiana Jones muito mais corajoso e estiloso.

Quando lhe foi perguntado se já tinha ideias para um novo livro. Pediu a quem lhe tinha feito a pergunta que se levantasse e se mantivesse assim enquanto lhe respondia. Uma jovem mulher fê-lo timidamente E a resposta não poderia ter sido mais divertida. Lembrou que o livro tinha somente 8 dias desde a sua publicação e perguntou-lhe: “Tem filhos? Agora imagine que estava na maternidade e tinha acabado de ter o seu filho há dez minutos, o seu marido entra naquele momento e pergunta-lhe: querida, quando é que voltamos a fazer isto?”

Foi confirmado para breve um novo filme com Ron Howard e Tom Hanks, já tinha vendeu os direitos do novo livro.

Ao escrever “Origem” aprendeu imenso sobre vários assuntos, inclusive arte moderna no Museu Guggenheim de Bilbau. Apesar de tudo continua a não compreender como certas peças podem ser arte, se até ele conseguiria fazer o mesmo ao que o conservador do museu lhe chegou a responder: “Pois, mas não o fez”.

Quando visitou a Igreja da Sagrada Família, reparou numa escadaria em espiral, escura, assustadora (e não querendo estragar o suspense) viu que tinha que matar alguém naquele mesmo lugar. Momento esse presente no livro.

O relógio do Mickey Mouse que Robert Langdon usa é para o lembrar que nunca deve deixar de ser jovem de coração.

Chegou o momento em que uma das muitas leitoras presentes lhe colocou uma questão não sem antes afirmar que devorava todos os seus livros com sentida admiração porque eram muito melhores do que os filmes ao que um emocionado Dan Brown retorquiu: “É por sua culpa que escrevo”.  Confessou que quando lê os guiões dá-lhe sempre uma estranha vontade de chorar. No entanto compreende que se os seus livros fossem feitos na integra do seu conteúdo daria um filme de 10 horas. Motivo pelo qual está a estudar a possibilidade dos mesmos serem feitos em minisséries.

Voltou a garantir que não era ateu, que era agnóstico ou como melhor se define um trabalho em processo. Deixou de acreditar no Deus da sua infância, no entanto quando vê uma sala cheia de pessoas a interagirem não consegue deixar de pensar na maravilha daquele momento e nessa altura acredita na existência de algo superior. Para ele a sua verdadeira crença é questionar sempre. “Devemos questionar Tudo!”

Terminou despedindo-se de todos, deixando no ar uma vez mais a possibilidade do professor Robert Langdon passear por Sintra, quem sabe na Quinta da Regaleira com o seu poço iniciático e os mistérios que se escondem para lá das brumas em “The Sintra Cypher”.

Portugal recebê-lo-á de braços abertos, com o calor que nos caracteriza e certamente com muitas histórias e mistérios.

Deixo-vos aqui a sinopse de “Origem” para aguçar um pouco a maravilha do seu conteúdo.

“Robert Langdon, professor de simbologia e iconologia religiosa da Universidade de Harvard, chega ao ultramoderno Museu Guggenheim de Bilbau para assistir a um grandioso anúncio: a revelação da descoberta que «mudará para sempre o rosto da ciência».

O anfitrião dessa noite é Edmond Kirsch, um dos primeiros alunos de Langdon em Harvard, cujas espantosas invenções e previsões tornaram uma figura de renome a nível global. Mas aquela noite tão meticulosamente orquestrada não tardará a transformar-se em caos e a preciosa descoberta do futurologista pode muito bem-estar em vias de perder para sempre.

Num turbilhão de emoções, Langdon tenta desesperadamente fugir de Bilbau. Tem ao seu lado Ambra Vidal, a elegante diretora do Guggenheim, e juntos fogem para Barcelona, com a perigosa missão de localizarem a palavra-passe que os ajudará a desvendar o segredo de Kirsch.

Percorrendo os obscuros corredores da história e da religião, Langdon e Vidal têm de fugir de um inimigo atormentado, que tudo fará para os deter. Numa viagem marcada pela arte moderna e por símbolos enigmáticos, Langdon e Vidal vão descobrindo as pistas que acabarão por conduzi-los à chocante descoberta de Kirsch…e a uma verdade que nos deixará sem fôlego.”












Texto e Fotos: MBarreto Condado

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