As perguntas para Dan Brown eram inúmeras todos
queriam falar com o autor, tirar fotografias, pedir autógrafos. No entanto
foi-nos explicado que só iria responder às perguntas. Para todos aqueles que
pensem que se trata de vedetismo passo desde já a explicar o motivo da sua
decisão. Como não é humanamente possível no período de uma hora assinar os
livros de 1500 pessoas, bem como responder e tirar fotos com cada uma delas,
decidiu logicamente não o fazer com ninguém.
Muitas das questões tinham sido antecipadamente
enviadas pelos leitores para a editora
através da página oficial da Bertrand, mas
felizmente para todos os presentes foi possível fazerem-se muitas mais, e são essas
respostas que vos deixo aqui hoje, na esperança de vos
ajudar a saciar a curiosidade.
ajudar a saciar a curiosidade.
A primeira questão foi para quando uma estória em
Portugal. A resposta surgiu tão naturalmente como o titulo do mesmo. Dan Brown
já anda a pensar há algum tempo fazê-lo e até já trazia um nome “The Sintra Cypher”.
O motivo que o levou a escrever “Origem” com
Espanha como pano de fundo de toda a acção deve-se ao facto de lá ter vivido
durante um ano enquanto estudante na Universidade de Sevilha. O momento mais
peculiar foi quando disse que nesse período aprendeu a dançar sevilhanas, numa
noite foi com a família com quem vivia à Feira de Sevilha, sem saber como deu
por si em cima de um palco com uma lindíssima mulher com quem teve que dançar.
Fazia-o maravilhosamente enquanto que ele não sabe bem o que fez naquele longo
período de tempo. Deu graças por na altura ainda não existirem telemóveis com
camara.
Gosta de escrever sobre o que gosta de ler. Se lhe
pedissem para escrever sobre como cozinhar “paella” não o faria até porque
nunca conseguiu fazer um prato de jeito.
Acredita em vida extraterrestre apesar de não
acreditar que são os responsáveis pela construção das pirâmides. O motivo pelo
qual julga que não conseguimos comunicar com outras formas de vida deve-se
unicamente ao facto do nosso tempo ser limitado e o universo ser muito
extenso.
Se o ser humano muda de acordo com as suas
necessidades sente que a religião deveria fazer o mesmo. Se não mudar, não
evoluir terá tendência para eventualmente se extinguir. “Todos
temos um código fundamental dentro de nós. Não preciso dos Dez Mandamentos para
saber que não devo matar. Até
uma criança, que vê um sapo na praia, sabe que não deve pisar o sapo. Sabemos
que temos de proteger a vida. Não penso que a religião nos vá salvar, nós é que
precisamos de nos salvar.”
A mãe, a sua fã
número um, estava muito orgulhosa dele por tratar de assuntos tão melindrosos
como o da religião, costumava dizer-lhe que “É mais importante acreditares no que acreditas do que naquilo que nos
é imposto”.
Ao ser confrontado
com o receio das reações que poderia ter ao seu livro por tocar em tantas
religiões, afirmou que nada tinha a temer na medida em que o seu livro é
simplesmente uma obra de ficção. Lembrando o que os cruzados passaram e mais
recentemente os julgamentos de Salém. Não acha que o terrorismo tenha
algo a ver com a religião. Mas que esta acaba por ser uma desculpa para levar
as pessoas a fazerem coisas más. Afirmando que: “as religiões
são pacíficas.”
O professor Langdon tem um pouco dele e do pai na
medida em que são ambos professores, “Quis escrever
uma trama emocionante com um herói que fosse um professor”. Gosta de pensar que se identifica
com a sua personagem, mas gostaria de ser, mais inteligente e corajoso como
Robert Langdon. Alguém lhe disse que isso não era possível pois a personagem só
existia porque ele assim a fizera: “Não
pode ser, porque ele diz o que tu dizes” na altura lembra-se de ter
respondido: “o que lhe leva 3 segundos a
responder levou-me 3 dias a escrever”.
À pergunta se considerava o professor Langdon
parecido com o Indiana Jones, afirmou perentoriamente que os únicos elos de
ligação entre os dois passam por serem ambos professores universitários e
estarem sempre envolvidos em aventuras, mas continua a considerar o Indiana
Jones muito mais corajoso e estiloso.
Quando lhe foi perguntado se já tinha ideias para
um novo livro. Pediu a quem lhe tinha feito a pergunta que se levantasse e se
mantivesse assim enquanto lhe respondia. Uma jovem mulher fê-lo timidamente E a
resposta não poderia ter sido mais divertida. Lembrou que o livro tinha somente
8 dias desde a sua publicação e perguntou-lhe: “Tem filhos? Agora imagine que estava na maternidade e tinha acabado de
ter o seu filho há dez minutos, o seu marido entra naquele momento e
pergunta-lhe: querida, quando é que voltamos a fazer isto?”
Foi confirmado para breve um novo filme com Ron
Howard e Tom Hanks, já tinha vendeu os direitos do novo livro.
Ao escrever “Origem” aprendeu imenso sobre vários
assuntos, inclusive arte moderna no Museu Guggenheim de Bilbau. Apesar de tudo
continua a não compreender como certas peças podem ser arte, se até ele
conseguiria fazer o mesmo ao que o conservador do museu lhe chegou a responder:
“Pois, mas não o fez”.
Quando visitou a Igreja da Sagrada Família,
reparou numa escadaria em espiral, escura, assustadora (e não querendo estragar
o suspense) viu que tinha que matar alguém naquele mesmo lugar. Momento esse
presente no livro.
O relógio do Mickey Mouse que Robert Langdon usa é
para o lembrar que nunca deve deixar de ser jovem de coração.
Chegou o momento em que uma das muitas leitoras
presentes lhe colocou uma questão não sem antes afirmar que devorava todos os
seus livros com sentida admiração porque eram muito melhores do que os filmes
ao que um emocionado Dan Brown retorquiu: “É
por sua culpa que escrevo”. Confessou
que quando lê os guiões dá-lhe sempre uma estranha vontade de chorar. No
entanto compreende que se os seus livros fossem feitos na integra do seu
conteúdo daria um filme de 10 horas. Motivo pelo qual está a estudar a
possibilidade dos mesmos serem feitos em minisséries.
Voltou a garantir que não era ateu, que era
agnóstico ou como melhor se define um trabalho em processo. Deixou de acreditar
no Deus da sua infância, no entanto quando vê uma sala cheia de pessoas a
interagirem não consegue deixar de pensar na maravilha daquele momento e nessa
altura acredita na existência de algo superior. Para ele a sua verdadeira
crença é questionar sempre. “Devemos
questionar Tudo!”
Terminou despedindo-se de todos, deixando no ar
uma vez mais a possibilidade do professor Robert Langdon passear por Sintra, quem
sabe na Quinta da Regaleira com o seu poço iniciático e os mistérios que se
escondem para lá das brumas em “The
Sintra Cypher”.
Portugal recebê-lo-á de braços abertos, com o
calor que nos caracteriza e certamente com muitas histórias e mistérios.
Deixo-vos aqui a sinopse de “Origem” para aguçar
um pouco a maravilha do seu conteúdo.
“Robert Langdon, professor de simbologia e
iconologia religiosa da Universidade de Harvard, chega ao ultramoderno Museu
Guggenheim de Bilbau para assistir a um grandioso anúncio: a revelação da
descoberta que «mudará para sempre o rosto da ciência».
O anfitrião dessa noite é Edmond Kirsch, um dos
primeiros alunos de Langdon em Harvard, cujas espantosas invenções e previsões
tornaram uma figura de renome a nível global. Mas aquela noite tão
meticulosamente orquestrada não tardará a transformar-se em caos e a preciosa
descoberta do futurologista pode muito bem-estar em vias de perder para sempre.
Num turbilhão de emoções, Langdon tenta
desesperadamente fugir de Bilbau. Tem ao seu lado Ambra Vidal, a elegante diretora
do Guggenheim, e juntos fogem para Barcelona, com a perigosa missão de
localizarem a palavra-passe que os ajudará a desvendar o segredo de Kirsch.
Percorrendo os obscuros corredores da história e
da religião, Langdon e Vidal têm de fugir de um inimigo atormentado, que tudo
fará para os deter. Numa viagem marcada pela arte moderna e por símbolos enigmáticos,
Langdon e Vidal vão descobrindo as pistas que acabarão por conduzi-los à
chocante descoberta de Kirsch…e a uma verdade que nos deixará sem fôlego.”
Sem comentários:
Enviar um comentário