Nas livrarias a 13 de
Fevereiro
Efetivamente, quando María Gainza escreve nestas
páginas sobre as vidas incríveis de El Greco, Courbet, Fujita ou Toulouse-Lautrec,
sobre o banquete que Picasso ofereceu em honra de Henri Rousseau entre a
admiração e a troça ou sobre as misteriosas razões por que Rothko se recusou a
entregar ao luxuoso Four Seasons uma encomenda milionária, a sua narradora está
também a falar do hospital em que o marido fez quimioterapia e onde uma
prostituta andava de quarto em quarto, da decadência da sua própria família em
Buenos Aires, do desaparecimento precoce de uma amiga, do desconforto da
gravidez ou até do pânico de voar. Como num museu – lugar que, aliás, frequenta
muitas vezes à maneira de uma sala de primeiros-socorros –, a sua vida tem
obviamente obras-primas, mas também pequenos quadros escondidos em corredores
escuros e estreitos. E, no entanto, todos eles importam.
O Nervo
Ótico é
um livro de olhares: olhares dirigidos a pinturas e a quem as contempla.
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