segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

LITERATURA | O Nervo Ótico de María Gainza | DOM QUIXOTE - Tradução de Maria do Carmo Abreu

Nas livrarias a 13 de Fevereiro


Efetivamente, quando María Gainza escreve nestas páginas sobre as vidas incríveis de El Greco, Courbet, Fujita ou Toulouse-Lautrec, sobre o banquete que Picasso ofereceu em honra de Henri Rousseau entre a admiração e a troça ou sobre as misteriosas razões por que Rothko se recusou a entregar ao luxuoso Four Seasons uma encomenda milionária, a sua narradora está também a falar do hospital em que o marido fez quimioterapia e onde uma prostituta andava de quarto em quarto, da decadência da sua própria família em Buenos Aires, do desaparecimento precoce de uma amiga, do desconforto da gravidez ou até do pânico de voar. Como num museu – lugar que, aliás, frequenta muitas vezes à maneira de uma sala de primeiros-socorros –, a sua vida tem obviamente obras-primas, mas também pequenos quadros escondidos em corredores escuros e estreitos. E, no entanto, todos eles importam.

O Nervo Ótico é um livro de olhares: olhares dirigidos a pinturas e a quem as contempla.

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