Olhando com atenção para a actual conjuntura mundial aos níveis económico, político e diplomático, receio que estejamos a assistir a uma triste repetição cíclica da história mundial contemporânea, e arrisco mesmo a partilhar um dos meus receios pessoais, espero honestamente estar errada, mas começo a suspeitar que estejamos à beira de uma Terceira Guerra Mundial.
Para mim, um dos grandes sinais de alarme começou por ser a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da América, que nunca acreditei ser possível. É, essencialmente, um homem de negócios, transporta consigo um passado digno de uma qualquer personagem de um filme de série B de Hollywood com divórcios milionários, uma quase falência dourada, uma certa aura de playboy milionário (e nem sequer se vislumbra charme na personagem) com casamentos e divórcios conturbados, sem esquecer os escândalos sexuais que sempre trazem um certo frisson. Pessoalmente, irritam-me profundamente na criatura a falta de cavalheirismo numa evidente atitude desrespeitosa para com as mulheres, os tiques nacionalistas expostos em discursos demagógicos a roçar o estilo ditatorial, as birras de "criança" grande (mas, infelizmente, uma "criança" que tem em mãos um brinquedo perigoso, tem o poder de, a todo o momento, fazer estalar a frágil camada de cimento que segura o equilíbrio mundial) e uma imensa falta de cultura que me parece ser bem patente.
Não menos assustador é pensar no que encontramos ali para os lados de Pyongyang, onde reina o "Querido Líder" Kim Jong Un, neste caso, temos um perigoso e, também egocêntrico chefe de Estado, que parece ser bastante aparentado com os Vilões quase caricaturais dos primeiros filmes de James Bond. Deste lado, temos uma pessoa totalmente desequilibrada, imprevisível e que tem o péssimo hábito de brincar com mísseis e toda a espécie de armamento nuclear, o que, de todo, me parece boa ideia!
Completando o cenário de risco, a Inglaterra em pleno processo de Brexit, e tendo na linha de comando a Conservadora Theresa May achou que era o momento oportuno para abrir uma guerra diplomática com a Rússia de Vladimir Putin (a meu ver, sem dúvida, o mais inteligente, calculista e estratega de todos os líderes mundiais, que mantém sempre uma felina aura de mistério, sendo quase impossível antecipar a sua próxima jogada no Xadrez mundial, astúcia esta a que, certamente, não será alheio o seu background na KGB).
Não discutindo os princípios que possam estar subjacentes à questão diplomática com expulsões de representantes das potências mundiais já em pleno efeito dominó, não me parecem ser prudentes estes extremismos considerando o actual (des)equilíbrio generalizado do panorama mundial.
Os sinais de alarme estão à vista, tal como aliás já foi reconhecido por António Guterres - Secretário Geral das Nações Unidas que afirmou, em suma, estarmos a assistir à formação de um contexto de Guerra Fria que urge conter.
Conforme decorre da análise histórica de Carl Grimberg no vigésimo e último volume da obra "História Universal", no primeiro capítulo com o assertivo título "A Caminho duma nova Guerra Mundial", diria eu que estamos a vivenciar um novo "Tempo das Catástrofes", sendo esta a designação aplicável à época dos anos trinta, cujo início se deu com o ataque do Japão à Manchúria e o triste termo correspondeu à II Guerra Mundial (1939-1944). Também no "Tempo das catástrofes" se assistiram a golpes de Estado, crises e guerras civis. A este já pesado cenário acrescentemos o recrudescer dos nacionalismos exacerbados e evidenciados por líderes sem qualquer noção do mais basilar bom senso, et voilá, os dados estão lançados e é bom que estejamos conscientes do altíssimo risco em que todos vivemos! A história repete-se ciclicamente, não tenho dúvidas. É forçoso concluir que:
"Tudo está de pernas para o ar no mundo de hoje (...)"
In, Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas (Pai)
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