Tudo começa com uma folha
em branco.
Mas a verdade é que a
fantasia faz parte do nosso subconsciente e o motivo que nos leva a ler ou
escrever fantasia pode ser um escape para nos alhearmos da realidade que nos
rodeia ou simplesmente por gostarmos de nos sentir vivos como se fossemos mais
uma personagem de uma aventura que nos faz vibrar a cada página e nos deixa um
vazio quando acaba.
Se Luís de Camões n’ “Os
Lusíadas” nos cantos IX e X na “Ilha dos Amores” utiliza a mitologia
greco-romana para descrever a intervenção dos Deuses, Vénus, o Cúpido e as
Nereidas ou Ninfas, só para citar alguns, porque não podemos nós ansiar ser
beijadas por um vampiro, amadas por um lobisomem, transportadas no dorso de um Dragão
para lá das estrelas, viver rodeados de Bruxas, Fadas, Elfos, almas antigas.
A verdade
é que podemos!
Mas e se em vez de vivermos
estas aventuras somente através dos livros de autores estrangeiros porque não
dar uma hipótese aos nacionais? Em vez de darem primazia a nomes conceituados
como J.K.Rowling ou Robin Hobb, experimentem ler R.C. Vicente, Vanessa
Lourenço, Anita dos Santos, Ana Kandsmar, Helder Martins entre tantos outros,
acredito que se surpreenderão.
“O Homem sonha, a Obra
nasce.” Fernando Pessoa não chegou a conhecer o potencial de R.C. Vicente, mas
felizmente Gonçalo Martins, CEO da Chiado Grupo Editorial soube e no passado
sábado dia 15 de Dezembro de 2018, o I tomo de “Entre Monstros e Dragões”
surgiu perante uma casa cheia no Clube Literário da Chiado Editora e uma plateia
ávida de ver o resultado final, de ter o privilégio de adquirir um exemplar,
ler os diversos contos, todos tão diferentes, mas principalmente admirarem a
capa que R.C. Vicente conseguiu transformar numa obra de arte.
R.C. Vicente com este
livro conseguiu alcançar as estrelas montada no dorso de um dos seus Dragões
munida de destreza, ousadia, coragem, tudo capacidades de quem tem um coração
de fogo.
“Entre Monstros e Dragões”
conta na sua maioria com contos de anónimos, mas potenciais autores de fantasia
escrita em Português que continua a ser a mais bela língua do mundo.
Do número elevado de
contos somente trinta e um foram aceites para este I tomo, dezoito deles de mulheres,
o que nos faz acreditar que a fantasia em Portugal escrita em português é
possível devido ao sacrifício pessoal e à luta diária das autoras portuguesas
deste género que continuam a desbravar diariamente os mais difíceis obstáculos com
que se deparam. Que sejam elas as pioneiras desta mudança.
Mas “Entre Monstros e
Dragões” é muito mais do que folhas soltas, nele encontramos títulos
apelativos
como: “Aprendiz de Bash’Aye”, “A Sétima Filha”, “Espelho ao Luar”, “Arde em MIM”,
“Água na Madrugada”, “Olhos de Sangue de Dragão”, “Irmã”, “A Chave Ardente”, só
para citar alguns.
Além dos merecidos agradecimentos
à Chiado Editora por ter permitido que a obra acontecesse, e à R.C. Vicente simplesmente
por ser grande e uma promissora autora de fantasia com a sua saga das “Crónicas
de Amindrius, Bérnia e Efendes” do qual recomendo lerem “O Ressurgir dos
Eternos Titãs”, julgo ser necessário agradecer a cada um dos anónimos que permitiram
com a sua qualidade e imaginação que o sonho se tornasse realidade deixo-vos
aqui o nome de todos com a esperança que comprem o livro e comprovem que tudo o
que vos digo é a realidade da “fantasia” que vive em cada um de nós.
Espero sinceramente que num
futuro próximo se lembrem destes nomes sem se esquecerem que tudo começou com
uma folha em branco e os anónimos passaram a autores são eles: Afonso Azevedo,
Alexandra Lopes, Alina Dobrovolska, Ana Cláudia Dâmaso, Ana Luísa Matos,
António Costeira, Célia Maria, Daniel de Freitas Guido, Filipa Carujo,
Francisco Ramalheira, Gabriela Simões, G.L. Durão, Helder Martins, Iria
Alexandra Cardoso, João Matias, Jorge Guimarães, Maria Meireles, Mariza
Martins, MBarreto Condado, Milene Simão, P.H. Daragh, Patrícia Ferreira, Pedro
Beckett, R.R. Baltazar, Rafaela Costa, Rodrigo Manhita, Romulo Felippe, Sara
Baptista, Tânia Dias, Tânia Gama, Tiago Monteiro.
Texto: MBarreto Condado
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