...“Escrevo simplesmente aquilo que a alma me diz para escrever.”
AS - Gosto muito de
Literatura Fantástica. É um género de escrita com a qual me
Quando comecei a
escrever, a sério, sem crer, enveredei por esse caminho. E porque não, se me
sinto tão bem com as minhas personagens?
MBC – Só escreves dentro
deste género?
AS - Não, embora, para ser
sincera, (claro que gosto muito dos meus livros!) gosto muito dos contos que
escrevi da chamada Literatura Fantástica, um dos quais está publicado na
coletânea Um Livro Num Dia, “O Meu Sonho, Voar!” e um outro, que nunca
publiquei, um pouco mais extenso e talvez de todos os contos que escrevi o que
mais gosto “Um Conto de Encantar”. De resto, já escrevi uma carta de amor, um
conto mesmo para crianças e alguns outros que gosto de pensar, são para sorrir.
MBC – Pretendes escrever algo
diferente num futuro próximo?
AS - É possível. Depende
daquilo onde os dedos me levem. E a imaginação, claro.
MBC – No teu primeiro Livro”
Crónicas de André e Vicente – O Bosque dos Murmúrios” como te surgiu a ideia?
AS - Lá está, fui levada
pelos dedos!
A primeira personagem em
que pensei, foi no Bosques. Um feérico pequenino, de olhos tortos, nariz
pequenino, pele cor da cortiça e cabelos como um emaranhado de tronquinhos! Só
eu!
A partir daí, fui
compondo a história em volta do André e do Vicente, e do porquê de eles terem
de procurar a Gente Pequenina. E os personagens foram surgindo, os feéricos
foram aparecendo, cada qual com as suas características distintas a acompanhar
com os seus carismas. Os mais emblemáticos são, está claro, o Traquinas e o
Cotovia que estavam destinados a ser amigos inseparáveis do André e do Vicente.
MBC – Tens algumas personagens
com nomes especiais, podes adiantar-nos um pouco da história e do motivo pelo
qual optaste por lhes dar essas identidades?
AS - Se há um lado bom,
também há um menos bom ou até mesmo perverso.
O Negro ou Senhor das
Trevas é chamado também neste livro Estranho Ser. Foi uma forma de brincar com
as letras e dar-lhe um outro nome entre os Comuns. Como o nome indica, ele
personaliza os sentimentos negativos, a ganância, a inveja, a maldade mesmo.
Ele é belo, porque a maldade muitas vezes é enganadora e, como tal é mais uma
arma de que se serve. Ele, primeiro que tudo odeia o verde, a amizade e a
bondade, que tenta a todo o custo destruir.
É quando os nossos heróis
entram em cena!
Ao lado do Senhor das
Trevas, vamos encontrar a sua irmã gémea, a Rubra, igualmente bela e sedutora.
Ela é a Senhora dos Corvos, é os olhos e ouvidos do Negro e, as suas crias, os
corvos, são os seus espiões. Toma a forma de corvo se assim o entende e, a sua
mente depois de tanto mal infligido tende em vacilar por vezes.
MBC – Como surgiu o teu
segundo livro” Crónicas de André e Vicente - A Cidade das Brumas”? A ideia de
continuares esta aventura já lá estava?
AS - Sim, o final do
primeiro livro deixa perceber que a história vai prosseguir. Não podia ficar só
por ali, há muito mais a desvendar. Há toda a história passada do André e do
Vicente para saber, muita da qual os próprios desconhecem.
Mas não é por esse motivo
que eles são chamados à Cidade do Norte, mas sim por um chamamento por parte das
Escolhidas, nome conferido entre os druidas da Cidade do Norte ás mães dos dois
jovens amigos.
Também neste livro tive
um cuidado especial relativamente aos nomes dos druidas do Círculo dos Sete. Os
nomes foram escolhidos com base em árvores, para o que fiz uma pesquisa para
encontrar as árvores que se adequavam aos homens que tinha em mente. Assim, o
Ácer, que é um druida das Terras do Gelo, como a sua homónima, é alto, forte,
usa os cabelos entrançados em tranças de guerra. O Salgueiro, é baixo e
gordinho, com uma cabeleira loira em caracóis e uma enganadora cara de querubim
que esconde o mais sagaz alquimista. O Ulmeiro, é o mentor do Círculo, com as
suas barbas brancas, olhos brilhantes e humor extremamente ágil. E assim por
diante. Foi uma pesquisa que me deu imenso prazer e da qual fiz por utilizar
árvores do nosso país, ou que aqui existam.
MBC – Isso significa que
ainda vamos ter mais crónicas para ler? Quantos livros ainda pensas escrever
sobre eles?
AS - Vamos sim. Vamos ter
pelo menos mais um livro das Crónicas que tenho presentemente em mãos.
MBC – Tens dois filhos adultos,
terás por acaso colocado algumas das suas características nos teus personagens?
AS - Acho que
inconscientemente o acabei por fazer, pois as alturas dos meus aventureiros
correspondem às alturas, mais ou menos, dos meus filhos. As coisas que a nossa
mente faz!
MBC – Onde é que os
leitores podem adquirir os teus livros?
AS - Os meus livros podem ser adquiridos em:
https://beedynamicbooks.pt/collections/all
Claro que é sempre possível
contactar-me para a minha página de autora do Facebook e, fazer a compra
diretamente.
MBC – Queres deixar-nos
os teus contactos nas redes sociais para que os leitores possam seguir o teu
trabalho?
AS - É claro que sim, e
comecemos com a minha página de autora, então:
A minha página do
Twitter:
A minha página de
Instagram:
https://www.instagram.com/anitados.santos/
MBC - E a pergunta que
todos queremos saber novidades para breve?
AS
- Bem, agora já em janeiro, no dia 19, irá sair uma nova coletânea da Chiado
Books, Coletânea de Micronarrativas Ficcionais, na qual tomei parte com uma
micro-história.
Depois,
espero durante este ano de 2019, terminar por fim o terceiro (quem sabe o
último!) volume das Crónicas de André e Vicente.
Tenho
um outro projeto em mente, mas por enquanto ainda está muito em embrião. Mais
para a frente e se o conseguir concretizar, falaremos nele.
Para
terminar, e porque acho que não lhes fiz a devida referência, gostava de deixar
uma nota sobre o Traquinas e o Cotovia. Penso que lhes é devida.
O
Traquinas, é o companheiro do André e, é um gnomo facho de luz, de cabelos
sempre espetados cor de fogo, sardento, com expressão sempre travessa, embora
quando as circunstâncias o exigem saiba aparentar inocência enganadora, para o
que contribuem as suas orelhas pontiagudas. Tem a faculdade de comunicar com os
pequenos animais como raposas, esquilos e outros que tais.
O
Cotovia, por seu lado afeiçoou-se ao Vicente. É um feérico emplumado que tem a
capacidade de comunicar com os alados. Tem o corpo coberto de penas e, é um
parceiro incansável para toda a sorte de travessuras que o seu amigo Traquinas
possa inventar, ou então forjar ele mesmo.
Para
finalizar, quero agradecer-te a oportunidade que me deste de poder falar um
pouco sobre a “minha” Gente Pequenina.
O meu especial agradecimento à Anita para quem as “As palavras que
lia não seriam muito diferentes daquilo que escrevo, pelo menos na minha
imaginação” porque só assim nos é permitido sonhar com os mundos
fantásticos que cria e continuar a acreditar em Fadas.
Texto: MBarreto Condado
Fotos: disponibilizadas pela autora
Muito obrigada Madalena! Ficou o máximo!
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