domingo, 6 de outubro de 2019

QUEM SOMOS?, de MBarreto Condado















O nosso núcleo familiar pode ser grande ou pequeno. Aberto ou fechado. Aquilo que quisermos, porque na realidade somos todas diferentes. E, é fantástico que assim seja!

Não importa se somos altas, baixas, gordas, magras, se temos os olhos claros ou escuros, se o nosso cabelo é longo ou curto, encaracolado ou liso, introvertidas ou extrovertidas, bem-dispostas ou azedas. Todas as nossas diferenças deixam de ter significado quando conseguimos reconhecer as nossas fraquezas, defeitos, qualidades, mas acima de tudo quando nos mantivermos fiéis aos princípios que nos foram sendo incutidos desde o nosso crescimento. Porque mais tarde ou mais cedo seremos chamadas a prestar contas sobre os nossos actos.

Se relevamos o que nos incomoda, ignorando comentários sussurrados, olhares de soslaio é a nossa forma de mostrar que medrámos. Se conseguirmos ver nas imperfeições de quem nos rodeia as nossas próprias e as tentarmos mudar, tornando-nos naquilo que quem nos moldou espera de nós. Com cada queda que damos voltamos a erguer-nos tornando-nos fundamentalmente na pessoa que desejamos ser.

Não somos santas, não tentamos atingir a máxima perfeição. Mas fazemos tudo o que está ao nosso alcance para sermos felizes e, acima de tudo corresponder às espectativas de quem nos moldou à sua imagem.

Quase sempre falhamos nos nossos intentos, mas nunca desistimos.

Uma coisa é certa cada uma tem a sua vida e faz as suas opções, as mesmas com as quais terá que viver.

Ninguém pode nem deve tentar viver a vida dos outros, numa derradeira tentativa de colmatar falhas na sua própria vida.

Devemos viver de cabeça erguida sem nunca olhar para trás. Afinal, não caminhamos nessa direcção.
Somos educadas a acreditar que conseguimos quebrar barreiras, ser felizes, realizadas. Mas a vida tem sempre um percurso diferente daquele que escolheram para nós e, no qual nos fizeram acreditar quando somos confrontadas com a fria realidade.

Afinal, nem tudo o que parece, é!

A família ideal é o início e o fim do percurso das mulheres de uma família que não é a ideal. Mas alguma será?

Educadas sob os mesmos princípios, esta será uma tentativa de reencontro de cada uma consigo mesma. Uma revelação das suas verdadeiras personalidades.

Deixando para já no ar algumas questões pendentes. Terão sido as suas decisões as mais acertadas? O que as move? O que mais temem? O que mais desejam? O que odeiam? O que gostariam de poder apagar? O que ainda desejam fazer?

Somos o resultado da nossa educação, do ambiente em que fomos criadas, dos vizinhos, dos amigos, das nossas boas ou más decisões.

E o que começa como amor verdadeiro quase sempre se transforma, transformando-nos.

Porém, a vida não pára e o que hoje parece garantido, pode sem nos apercebermos dar uma volta de trezentos e sessenta graus. Quando menos esperamos toda a prepotência, arrogância, estupidez pela qual nos deixámos guiar nos melhores anos da nossa vida, vem provar-nos que estávamos enganadas.
E será numa derradeira tentativa de colocarmos a cabeça à tona de água que nos aperceberemos de quem vem em nosso auxílio e quem nos empurra para o fundo.

Várias gerações nos antecederam, outras tantas nos sucederão e, a única certeza que temos é que deixamos o nosso legado aos nossos filhos esperando que o respeitem e sigam. Apesar de não o termos feito quando o nosso nos foi delegado.

Não pensem os homens que são os únicos a desconhecer a verdadeira natureza de uma mulher. Somos um livro em branco no qual vamos imprimindo a nossa história, rasuramos e escrevemos por cima, amachucamos, rasgamos. A nossa perfeição vive em união com a nossa imperfeição, somos de humores. Mas, naquilo que vos quisermos mostrar se prestarem atenção e nos derem algum do vosso tempo perceberão que tal como vocês andamos perdidas até nos encontrarmos.

O nosso núcleo familiar pode ser grande ou pequeno. Aberto ou fechado. Aquilo que quisermos, porque na realidade somos todos diferentes. E, é fantástico que assim seja!

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