- Mas o que é que se passa aqui? – Luís foi o primeiro a falar.
Estavam todos parados à entrada, ninguém queria ser o primeiro a entrar.
- Onde está a professora?
Juntaram-se mais começavam a sentir medo.
Nesse momento ouviram um restolhar ao fundo da sala, olharam todos naquela direcção, mas a escuridão não lhes permitia ver quem era. Começaram a dar um passo para fora dali. Sabiam que bastava um começar a correr para irem todos atrás.
- Bem-vindos alunos.
Houve quem gritasse de medo. Mas a voz era-lhes familiar. Não se mexeram.
- Entrem e sentem-se. Hoje é um dia muito especial. Hoje celebramos o Halloween.
Viram quando um vulto envolto numa longa capa avançava na sua direcção, queriam fugir, mas os pés não se mexiam.
- Vamos. Não tenham medo. Sentem-se.
- Professora? - foi com a voz sumida que Luís conseguiu perguntar.
- Sim sou eu. Agora ocupem os vossos lugares.
Sentaram-se tão depressa quanto conseguiam. Os alunos das últimas filas olhavam em volta desconfiados, sabiam que naquele momento aqueles lugares não eram os melhores. Davam tudo para trocar com os colegas da primeira fila. Pelo menos ali estavam mais perto da porta.
Nunca aquela sala estivera tão silenciosa. Aliás toda a escola. Parecia que conseguiam ouvir as moscas a voar pelos corredores, coitadas, nem elas estavam livres de perigo se caíssem numa daquelas enormes teias de aranha.
- Sabem que dia é hoje?
A professora continuava a andar pelo meio deles enquanto falava, deixando-os ainda mais nervosos.
- Alguém me sabe dizer o que é o Halloween?
Como continuassem todos sem conseguir responder a professora continuou.
- Será um dia mágico? Como se celebra? Pois bem vou explicar-vos. Neste dia podemos ser quem quisermos, um super-herói ou um super vilão. Fadas, bruxas, palhaços, vampiros, princesas. Podemos fazer caras assustadoras com as abóboras, bolos com o seu recheio, pedir “doçuras” ou fazer “travessuras” ou podemos simplesmente não fazer nada.
Já todos se tinham esquecido do medo sentido inicialmente, agora estavam pendentes das palavras da professora.
- Mas este ano e visto que é a primeira vez que festejamos este “Dia das Bruxas” como também é conhecido decidi contar-vos uma história.
- De terror? – Ana perguntou com a voz a tremer de emoção
- Aterradora!
E assim começou:
“Naquela manhã quando chegaram à escola os alunos viram que algo tinha mudado, a escola parecia diferente, as pessoas andavam estranhas, até as simpáticas funcionárias pareciam apáticas. Caminharam todos muito juntos pelos largos corredores não ousando fazer barulho, o silêncio era ensurdecedor. As professoras e professores esperavam por eles dentro das suas salas, esperavam que entrassem e se sentassem e depois ficaram ali parados a olhar para eles sem nada dizerem."
O tempo ia passando tão lentamente que parecia ter parado.
Lá fora o dia escurecia como que acompanhando a disposição dentro daquelas paredes.
O silêncio reinava. Parecia uma escola deserta apesar de lá estarem todos.
O alarme a anunciar o final daquela aula disparou fazendo com que alguns gritassem. Os professores continuavam parados, assim tinham estado durante todo o período da aula. A medo alguns alunos começaram a levantar-se imediatamente seguidos dos colegas.
Saiam para os corredores. Só se encontravam lá eles, não havia nenhum adulto por perto.
Alguém gritou que estavam fechados lá dentro. As portas da escola tinham sido todas trancadas a cadeado. Voltaram a olhar para dentro das salas de aulas, os professores continuavam sem se mexer a única diferença é que nas suas carteiras estavam agora sentados os seus pais. Por onde é que eles tinham entrado que não os tinham visto?
Naquele momento, o alarme a anunciar o início da próxima aula tocou, mas desta vez soou como o grito de uma Bruxa. Os pais e professores olharam todos na direcção deles e ….
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