Quando falo do tempo, não me refiro ao tempo contado em horas e minutos num relógio, mas sim ao tempo, ao vento, à chuva, ao calor, ao frio…
Tudo coisas que agora estão muito misturadas, apresentando-se cada vez mais como calor e frio, só.
Mas as mudanças climatéricas são fruto de imaginações exacerbadas!
Lembrei-me hoje, ao ver chover, de quando era garota, mas já a trabalhar, e vinha à noite para casa, encharcada de chuva depois de um dia de trabalho, no eléctrico 15, cheio até mais não poder ser. Durante meses a fio!
O Inverno parecia não ter mais fim!
A chuva começava a amainar por volta do mês de Abril. Mas, em Abril águas mil… Ainda tínhamos mais chuva pela frente.
Vinham por fim os meses mais amenos, a Primavera prometia vida nova em Maio, e Junho já nos trazia o tão esperado calor de dos meses de Verão.
Nada se equiparava ao calor do mês de Julho, com o seu cheiro característico de Verão, de praia e de lazer.
Mas Agosto, o tempestuoso mês das trovoadas de veraneio – com os incomparáveis relâmpagos sobre o mar a que tantas vezes assisti! -, era o meu favorito, talvez por irmos de férias nessa altura.
Quando o mês de Setembro se fazia presente, e as folhas das árvores começavam a mudar de cor, a ficar castanhas, comiam-se uvas gordas e doces, prenunciando um Outono que estava a chegar, e os dias já eram mais curtos, mas ainda de boa temperança.
O mês de Outubro vinha já com o cheiro da chuva e das folhas das árvores pisadas, prenunciando um Novembro cinzento, com cheiro a castanhas assadas, a chuva e a braseiras.
E estávamos uma vez mais em Dezembro, no Natal e em pleno Inverno, para enfrentar, outra vez, os terríveis meses de chuva ininterrupta.
Agora, com sorte, se chover uma semana seguida, estranhamos, e dizemos “Credo, já chove há tanto tempo!”
Mas as mudanças climatéricas são fruto de imaginações exacerbadas!
O tempo, é uma coisa muito subjectiva…
A autora escreve segundo a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.
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