Texto: Anita dos Santos
Foto da Autora: D.R.
Sabia-se que a Cidade Central estava próxima quando se avistava uma
imensa ponte que ligava os dois lados de um vale onde em tempos idos tinha
corrido um rio grandioso. Esta ponte, já não havia memória de quem a tinha construído.
Uns diziam terem sido os primeiros magos, com as suas artes, outros diziam
terem sido construtores antigos de épocas passadas, com outros saberes, que,
entretanto, foram esquecidos. O certo é que a magnificência do intrincado dos
arcos altos da ponte, levava a que quem a atravessava pensasse como era
possível toda aquela pedra negra estar levantada ao alto, sem cair, sustentada
por uns poucos pilares que pareciam frágeis para sustentar tal envergadura. A
outra coisa que deixou os viajantes deslumbrados, foram os rendilhados de que
todas as pedras negras da ponte eram feitas. Aqui podiam ver-se grossas cordas.
Desviando os olhos encontravam-se intrincados de hera, depois era um salmão que
parecia saltar da pedra, mais adiante surgia uma águia em pleno voo. Mais além,
um esquilo trepava por um tronco de uma videira carregada de cachos de uvas.
A ponte parecia abarcar toda uma história que alguém quisera, um dia,
contar.
- A mãe falou-me da ponte, mas não quis entrar em detalhes.
Vicente, de nariz no ar, não sabia para que lado virar os olhos.
- Pois, elas não quiseram foi estragar a surpresa se falassem sobre o
assunto. – André, observava com atenção, uma abelha inserida na pedra que
parecia ir ganhar vida.
Levaram o seu tempo na travessia e, ao chegar ao outro lado o Bosques
disse:
- E já há muito tempo que “nã” passava aqui. Longos anos.
Um dos olhos olhava para os arcos da ponte e o outro para o outro
lado, de onde acabavam de vir com ar pensativo.
- O Bosques conhece este sítio? Já aqui esteve? – O espanto do Vicente
espelhava o do André.
- E já estive em muitos sítios. E eu tenho longos anos. Longos anos!
Conheço muitos lugares e muitas gentes.
In … algo
ainda em andamento
Anita
dos Santos
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