Nas livrarias a 30 de Junho
Cláudia
Lourenço, jornalista, é enviada de Lisboa à ilha de São Miguel ao serviço do Quotidiano. Tem por missão entrevistar um
conhecido ex-‑operacional da Frente de Libertação dos Açores e reaver a crónica
do independentismo insular durante a Revolução. Depara-se-lhe um homem-‑mistério,
voz e sombra do jogador, das suas verdades que mentem, das suas mentiras que
dizem a verdade. Ela, que pertence à «geração seguinte», não parece ter memória
histórica do país de então: vive no de agora, e o passado é um território
longínquo, cuja narração flui no interior de um imaginário algo obscuro. A
história da FLA (e a da FLAMA, na Madeira) comporta em si o «país de todos os
regressos»: a Ditadura, o fim das guerras em África, a descolonização e o
«retorno» à casa europeia pelos caminhos de volta, os mesmos que levaram as
naus a perder-se nos mares da partida. O país que a si mesmo se descoloniza
vibra na exaltação revolucionária. E é dos avanços e recuos dessa Revolução que
nasce a tentação separatista do arquipélago.
Uma
narrativa triangular cujos vértices e sequências assentam sobre Lisboa, África
e Açores.
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