Sente-se seguro?
Sente-se com medo? Possui muitas incertezas?
O momento
permite um olhar para dentro de si, permite-nos mergulhar no mais profundo do
nosso “Ser” e refletir o que estamos aqui a fazer nesta grande escola que é a
vida humana, neste grande laboratório de emoções.
É momento de
medo, é momento de insegurança, é momento de incertezas e esta realidade é a
única verdade que temos, ninguém sabe como será o mundo a partir de agora, a
partir destes acontecimentos, nem mesmo sabemos se todos aqueles que amamos
sairão ilesos desta. Mas ficarmos presos a estes medos, a estas inseguranças, a
estas incertezas dificulta que façamos a nossa viagem interior, dificulta que
olhemos bem profundamente para dentro de nós e interroguemos o que podemos
aprender com tudo isso que estamos a viver. Dificulta voltarmos para nós e para
o outro e entendermos a dimensão do crescimento a luz da solidariedade, do
amor, da compreensão.
O momento é de
reflexão, é hora de pararmos e colocarmos tudo na balança do discernimento: o
que eu estou a fazer para a minha construção? O que até agora eu fiz para me
preparar emocionalmente para enfrentar de frente as adversidades do caminho da
existência?
Como foi a
construção da minha força interior até aqui? Será que se tivesse mais voltado
ao meu crescimento interno, concentrado nesta reforma interior tudo estava a
ser tão difícil agora? E toda esta reflexão não possui a intenção de causar
culpas e arrependimentos, não deve de forma alguma provocar culpas, até mesmo
porquê não podemos voltar atrás no tempo.
Mas a partir
destes questionamentos podemos construir uma nova estória a partir de agora,
com novas memórias, envoltos na construção, na reforma interior, no amor, não
nos julgamentos, e na responsabilização do outro ao nosso favor, fazendo uma
fuga de nós mesmos, quando ao outro responsabilizamos e maldizemos, sem
assumirmos o nosso verdadeiro papel no processo relacional. Se assumimos sempre
a posição de vítima estamos diminuindo a nossa força e fugindo do nosso próprio
crescimento que tão importante é para a expansão da nossa consciência e
consequentemente para um sábio posicionamento na grande escola da vida, que tem
outras vidas que dividem connosco este grande cenário de aprendizado. O que
significa que o nosso papel, sempre terá peso no papel e na vida do outro,
portanto, não temos que pensar no outro, nem no seu crescimento, nem no que
deveriam fazer e não fizeram, nem no que devem fazer e não fazem, como se
comportam e deixam de se comportar. Mas sim no nosso verdadeiro papel, é o
nosso crescimento interior que importa, e se todos estivermos mais concentrados
no nosso crescimento interior, consequentemente cresceremos em conjunto, cada
um em busca do seu aprimoramento, da sua transformação, o que contribuirá
inevitavelmente para a expansão de consciência coletiva, porquê cada um de nós
que aqui está representa este TODO que forma o mundo e que hoje está a passar
por um grande período de provação, sem saber até quando e nem qual será o
reflexo de tudo isso a partir de agora.
Quais são os
valores que devemos alimentar? Será que o “TER” deve se sobrepor ao “SER”? Será
que o ter deve se sobrepor ao bem fazer? Será que alguém que tenha hoje mais
recursos do que o outro está em melhor posição diante deste vírus? Ou hoje
descobrimos ou reafirmamos que “SOMOS TODOS IGUAIS”, independente se possuem ou
não dinheiro ou condições. E talvez este seja o maior ensinamento disso tudo, o
de mostrar ao mundo e a todos nós, que o SER HUMANO está acima dos valores que
o mundo construiu, tão fundamento no TER, que deixou adormecido a valorização
do SER, e a necessidade da viagem interior em busca do crescimento da alma. E
consequentemente no aprimoramento do bem fazer, porquê se não estamos voltados
para dentro de nós, se não cuidamos de nós, se não nos amamos e alimentamos a
nossa alma com bons pensamentos e boas ações, como vamos bem amar o outro ou ao
mundo? Reflitamos...
Reliane de
Carvalho
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