Sara está
na flor da idade, tem trinta e poucos anos, é casada com Sigurd, um arquiteto igualmente jovem e ambicioso, sócio de um ateliê,
sempre assoberbado de trabalho.
Sara
é psicóloga e trabalha por conta própria num consultório instalado no anexo da
casa onde vivem, e que andam a remodelar depois de a terem herdado do avô de
Sigurd.
A
maior parte dos seus pacientes são jovens problemáticos, mas não tem tantos
como desejaria para equilibrar o orçamento familiar e, na maior parte dos dias,
sente-se sozinha e entediada naquela grande casa em obras.
Porém,
nada a podia fazer adivinhar o que a esperava: um belo dia, depois de lhe ter
deixado uma mensagem amorosa no atendedor de chamadas, Sigurd desaparece. À
medida que os terríveis acontecimentos se vão desenrolando, Sara sente-se quase
incapaz de gerir tanto a sua vida como os seus pensamentos. Será que pode
confiar na sua memória? Será que ela, perita em interpretar as emoções de
terceiros, consegue realmente perceber as suas próprias? Será que é vítima do
destino ou culpada pelo que ele lhe trouxe?
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