Isabel de Almeida
Jornalista | Crítica Literária | Editora do Jornal Nova Gazeta
Este espaço de partilha de ideias com os nossos leitores tem andado a ser ponderado, considerei iniciar apenas em 2021, mas face ao actual contexto, e por entre tantas mudanças, parece-me que faz sentido começar a desvincular-me de certos rituais que tão depressa não retomam o seu anterior simbolismo, se é que irão voltar a adquiri-lo, sendo um bom exemplo a transição de ano no calendário Ocidental.
Proponho-me partilhar ideias, reflexões, momentos mais ou menos filosóficos e, assumidamente, dar mais um contributo para que a leitura entre cada vez mais nos hábitos dos Portugueses, em especial, pedindo aos mais velhos um investimento de tempo na motivação dos mais jovens para a importância extrema da leitura como forma de aquisição e desenvolvimento de vocabulário, obtenção de conhecimentos mais fidedignos do que aqueles que tantas vezes encontramos na internet com o simples e mecanizado gesto de clicar num resultado de pesquisa no google.
E aqui fica desde já revelado aquele que será um dos grandes desafios, que este plano de incentivo à leitura que proponho passa servir como alternativa ao vício dos jogos de computador e telemóvel que vejo ostentar um efeito verdadeiramente encantatório nos mais jovens.
A crise pandémica que invadiu as nossas vidas, e que mais parece ter saído da pena de algum grande escritor de Thrillers-catástrofe com toque sobrenatural - Stephen King bem tem imaginação para uma história destas, mas infelizmente é a realidade e não mera ficção, pode e deve ser encarada como oportunidade para a mudança de atitudes perante os momentos de lazer - muitos deles agora forçados a decorrer em nossas casas - então porque não aproveitar para fazer um regresso ao passado (à nossa infância e adolescência) e promover a construção de uma biblioteca familiar, ou organizar e aumentar a que já exista? Porque não ajudar os mais novos a escolher um livro, livro esse que pode ser lido por toda a família e debatido numa espécie de tertúlia. A partir de uma simples história, podemos convidar também os mais jovens a explorar o tema da obra para além da trama em si, e pegar, por exemplo, num conceito, na mensagem que o livro aporte, no contexto histórico ou social em que decorra o cenário do livro e investigar como era a sociedade e o modo de vida noutros tempos (se viajarmos até outra época através das páginas de um livro), ou qual a relevância do tema no dia a dia (se estivermos perante uma obra contemporânea).
Podemos ter também aqui um excelente mote para dar asas a outras expressões artísticas, por exemplo: ilustrações temáticas com recurso a diversos materiais; construção de textos em prosa ou poéticos inspirados no tema da leitura ou numa personagem preferida; dramatização de um excerto da obra em família, que poderá até ser filmada e partilhada com amigos e familiares utilizando as novas tecnologias (e assim pode dar-se a junção de dois mundos aparentemente opostos, a literatura e as plataformas digitais de vídeo e áudio).
Que vos parecem estas ideias? Aqui fica o desafio. Contem-nos tudo!
Podem partilhar connosco outras ideias e sugestões ou colocar questões.
Contactar: redaccao.novagazeta@gmail.com (colocar no assunto "Mania da Escrita"
Aqui ficam algumas sugestões literárias para este desafio:
Fala-me de Um dia Perfeito - Jennifer Niven - adolescentes e jovens adultos
O Rapaz do Caixote de Madeira - Leon Leyson - dos 12 anos em diante
Vamos Comprar um Poeta - Afonso Cruz - dos 14 anos em diante
Cara colega atenção à gralha: Thrillers-catastrofe e não« castástrofre» Cump.s e Parabéns pela iniciativa
ResponderEliminar