quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Actualidade | Sabia que pode receber os livros da Penguin comodamente em sua casa com a Glovo? | Grupo Penguin Random House
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Novidades Literárias | O Maior Segredo, de Rhonda Byrne | Harper Collins
Após a publicação de O Segredo em 2006, Rhonda Byrne manteve uma mentalidade positiva, que se refletiu na sua vida em termos de felicidade, saúde, relações sociais e estabilidade financeira. Mas, apesar de desfrutar de uma vida plena de felicidade e bem-estar, algo a impulsionou a continuar a procurar a verdade: toda a verdade. Este livro importante contém o que ela aprendeu no decorrer dessa busca, durante os dez anos que se seguiram à publicação de O Segredo.
Se O Segredo nos mostrou como atingir tudo o que queremos ser, fazer ou ter, O Maior Segredo revela a descoberta mais profunda que um ser humano pode fazer e a forma de deixar para trás a negatividade, o medo e o sofrimento e viver uma vida de felicidade e alegria constantes. A mensagem de O Segredo deu aos leitores a certeza de que possuem a capacidade de criar a vida que desejam. Em O Maior Segredo, Rhonda Byrne inspira-se nos ensinamentos das muito poucas pessoas que alcançaram a verdade sobre o nosso mundo — uma verdade libertadora cuja revelação conduz a uma vida de paz e alegria duradouras.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
Boas Festas da Equipa Nova Gazeta!
Num ano complicado para todos, deixamos uma mensagem de esperança, que estas festas, pese embora as restrições a que estamos sujeitos, sejam passadas com paz , saúde (ou em franca recuperação) e que o novo ano nos alimente a chama da esperança.
Os livros são uma das fontes de inspiração mais importantes que conhecemos, aqui estaremos para partilhar convosco esta nossa paixão, para dar a conhecer autores, obras, eventos e um admirável mundo sempre renovado de arte, inspiração e emoções únicas.
Como dizia Sebastião da Gama: "É pelo sonho que vamos."
A Redacção do Jornal Nova Gazeta
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
sábado, 5 de dezembro de 2020
CRÍTICA LITERÁRIA | "Lua de Mel em Paris", um romance agora inserido numa Colectânea "Entre Nós", de Elizabeth Adler | QUINTA ESSÊNCIA - GRUPO LEYA
Isabel de Almeida
| Crítica Literária | Jornalista | Editora
Elizabeth Adler é bem conhecida das leitoras de romance contemporâneo e há muito habituou as suas seguidoras a histórias leves, com um toque de romantismo, por vezes algum mistério e tendo por aspecto distintivo dominante o facto de transportar os leitores para os locais paradisíacos onde decorrem as suas histórias, numa verdadeira viagem pelos caminhos da imaginação literária.
Ao longo dos anos vêm sendo publicados diversos romances, e este ano foram reunidos três romances numa verdadeira edição de coleccionador a que não irão resistir as fãs da autora, mesmo as que tenham os livros em formato individual, obra esta editada sob o título sugestivo "Entre Nós" que inclui os livros "Romance na Toscana", "Lua de Mel em Paris" e "Encontro na Provença"
Para aguçar o apetite, aqui deixamos a crítica literária respeitante ao livro "Lua de Mel em Paris".
Com Lua de Mel em Paris Elizabeth Adler traz-nos um Romance bastante leve, de fácil, rápida e envolvente leitura, mas que, ainda assim, nos dá a oportunidade para uma reflexão acerca do sentido da vida e das consequências mais ou menos positivas que podem advir das opções que tomamos.
Apresentando um núcleo bastante reduzido de personagens, a acção decorre de modo bastante dinâmico, o que torna o livro bastante viciante.
A personagem central - Lara Lewis - é uma mulher de meia-idade [45 anos], da classe média alta, casada com um agora conceituado Pediatra - Bill Lewis - é mãe de dois filhos jovens adultos, casada há 25 anos, defronta-se com o fantasma de um casamento em crise.
Ao saber que Bill mantém um romance extra-conjugal com a sua bela Assistente - Melissa Kenney - Lara teme pelo fim do casamento e pelo desmoranar do seu projecto de vida, enquanto mãe de família e esposa dedicada do Dr. Bill Lewis, reconhecendo que deixou para trás as suas hipóteses de construção de uma carreira, tendo-se anulado enquanto ser humano com identidade e projectos pessoais próprios.
Bill, arrogante, prepotente, snob, workaholic e, mais recentemete, infiel, adia a viagem de segunda Lua de Mel em França, recusando-se a acompanhar Lara, e viajando para Pequim com a amante e Assistente Melissa.
É no seu refúgio de Praia, na Costa de Carmel, que Lara irá conhecer o construtor civil Daniel Holland, com o qual se irá envolver e, numa decisão impulsiva, convida-o para a acompanhar a França na viagem em que, sem que o jovem amante saiba, irá repetir dentro do possível a Lua de Mel que havia tido com Bill, há 25 anos atrás, e que recorda como mágica e romântica.
Nesta volta de 180 graus que vê a sua vida dar, Lara conta com o apoio incondicional das suas amigas de sempre, Delia, Susie e Vannie, que a incentivam a ir para França, e que não se mostram chocadas com o aparecimento de Daniel Holland na vida de Lara, dando a sua aprovação ao romance.
E assim, Lara e Daniel partem numa aventura romântica em direcção a Paris e a várias outras regiões de França, enfrentando alguns contratempos, à medida que Lara tenta redescobrir o seu "eu" perdido, numa viagem introspectiva, que os leitores vão acompanhando a par e passo.
Nesta sua viagem de (re)descoberta, Lara procura enfrentar a dura realidade que a espera, quando regressar a casa, e reconhece que a sua vida pode não ter passado de uma questão de aparências, com base no que se entende ser socialmente correcto.
Aos 45 anos, com algum peso a mais, uma certa ingenuidade, e após uma vida inteira de regras e convenções sociais e inibições, estará Lara à altura de se descobrir a si mesma, e se reconstruir, assumindo, finalmente, o papel de protagonista da sua própria vida?
E Daniel Holland, um jovem, belo e modesto construtor Civil, que ajudou a criar os seus irmãos como de filhos se tratassem, estará verdadeiramente apaixonado por Lara e disposto a ajudá-la neste novo percurso de vida, ou tudo não passará de uma paixão forte mais passageira? Irão ambos saber conciliar as divergências decorrentes das suas histórias de vida e diferença geracional?
A resposta a esta e outras perguntas caberá às leitoras descobrir, enquanto vão desvendando as maravilhas gastronómicas e paisagísticas de França, que Adler tão bem sabe descrever, transportando mentalmente o leitor para os locais onde se encontram as personagens.
Escolhas, traição, romance, aventura, introspecção e redescoberta, a que se somam as belas paisagens de França e todo um modo de vida tão típico deste país. Uma boa proposta para presente de Natal, que lhe trará umas boas horas de descontracção.
Recomendamos esta leitura!
FICHA TÉCNICA DA OBRA:
Título: Entre Nós
(Inclui "Romance na Toscana", "Lua de Mel em Paris" e "Encontro na Provença")
Autora: Elizabeth Adler
Edição: Setembro de 2020
Editora: Quinta Essência | Grupo LeYa
Páginas: 912
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
MANIA DA ESCRITA #1 | E se o desafio for: Ler muito! Aceitam? | Isabel de Almeida
Isabel de Almeida
Jornalista | Crítica Literária | Editora do Jornal Nova Gazeta
Este espaço de partilha de ideias com os nossos leitores tem andado a ser ponderado, considerei iniciar apenas em 2021, mas face ao actual contexto, e por entre tantas mudanças, parece-me que faz sentido começar a desvincular-me de certos rituais que tão depressa não retomam o seu anterior simbolismo, se é que irão voltar a adquiri-lo, sendo um bom exemplo a transição de ano no calendário Ocidental.
Proponho-me partilhar ideias, reflexões, momentos mais ou menos filosóficos e, assumidamente, dar mais um contributo para que a leitura entre cada vez mais nos hábitos dos Portugueses, em especial, pedindo aos mais velhos um investimento de tempo na motivação dos mais jovens para a importância extrema da leitura como forma de aquisição e desenvolvimento de vocabulário, obtenção de conhecimentos mais fidedignos do que aqueles que tantas vezes encontramos na internet com o simples e mecanizado gesto de clicar num resultado de pesquisa no google.
E aqui fica desde já revelado aquele que será um dos grandes desafios, que este plano de incentivo à leitura que proponho passa servir como alternativa ao vício dos jogos de computador e telemóvel que vejo ostentar um efeito verdadeiramente encantatório nos mais jovens.
A crise pandémica que invadiu as nossas vidas, e que mais parece ter saído da pena de algum grande escritor de Thrillers-catástrofe com toque sobrenatural - Stephen King bem tem imaginação para uma história destas, mas infelizmente é a realidade e não mera ficção, pode e deve ser encarada como oportunidade para a mudança de atitudes perante os momentos de lazer - muitos deles agora forçados a decorrer em nossas casas - então porque não aproveitar para fazer um regresso ao passado (à nossa infância e adolescência) e promover a construção de uma biblioteca familiar, ou organizar e aumentar a que já exista? Porque não ajudar os mais novos a escolher um livro, livro esse que pode ser lido por toda a família e debatido numa espécie de tertúlia. A partir de uma simples história, podemos convidar também os mais jovens a explorar o tema da obra para além da trama em si, e pegar, por exemplo, num conceito, na mensagem que o livro aporte, no contexto histórico ou social em que decorra o cenário do livro e investigar como era a sociedade e o modo de vida noutros tempos (se viajarmos até outra época através das páginas de um livro), ou qual a relevância do tema no dia a dia (se estivermos perante uma obra contemporânea).
Podemos ter também aqui um excelente mote para dar asas a outras expressões artísticas, por exemplo: ilustrações temáticas com recurso a diversos materiais; construção de textos em prosa ou poéticos inspirados no tema da leitura ou numa personagem preferida; dramatização de um excerto da obra em família, que poderá até ser filmada e partilhada com amigos e familiares utilizando as novas tecnologias (e assim pode dar-se a junção de dois mundos aparentemente opostos, a literatura e as plataformas digitais de vídeo e áudio).
Que vos parecem estas ideias? Aqui fica o desafio. Contem-nos tudo!
Podem partilhar connosco outras ideias e sugestões ou colocar questões.
Contactar: redaccao.novagazeta@gmail.com (colocar no assunto "Mania da Escrita"
Aqui ficam algumas sugestões literárias para este desafio:
Fala-me de Um dia Perfeito - Jennifer Niven - adolescentes e jovens adultos
O Rapaz do Caixote de Madeira - Leon Leyson - dos 12 anos em diante
Vamos Comprar um Poeta - Afonso Cruz - dos 14 anos em diante
terça-feira, 17 de novembro de 2020
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
sábado, 14 de novembro de 2020
A MULHER DO PESCADOR, de Fernando Teixeira
Acordou, sobressaltada, com o toque do telefone fixo que o marido insistia em manter em casa. De relance, olhou para o relógio sobre a mesa-de-cabeceira e viu a indicação 4:15 no mostrador. Sylvie saiu da cama, estremunhada, e dirigiu-se à parede entre a cozinha e a sala de estar, onde o telefone estava pendurado, sentindo o coração acelerar.
Trémula, pegou no telefone, retirando-o da base:
– Allô?
Do outro lado, a resposta demorou um par de segundos, até que ouviu dizer:
– Sylvie, houve um acidente com o Étoile de Mer… tens de vir aqui!
Apesar de assarapantada, percebeu que era a voz de Alain, um dos responsáveis da Coopérative Maritime, quem lhe ligava a meio da noite, por sinal um amigo deles. Sentiu um baque. O nome Étoile de Mer ecoava na sua mente: o barco do marido, estrela-do-mar como ele a costumava tratar carinhosamente.
– Acidente? Como assim? O que aconteceu? – perguntou, sentindo um nó na garganta.
– Ainda não sabemos ao certo. Parece que alguém se feriu a bordo… Recebemos um SOS, via rádio.
Então mais desperta, teve a percepção de que o interlocutor deveria saber mais do que estava a contar, o que a deixou numa aflição.
– Por que motivo me estão a ligar? Alain, aconteceu alguma coisa ao Jacques?
– Tens de vir, Sylvie…
Desligou o telefone, apressou-se a vestir o anorak e saiu de casa. Não se sentia capaz de conduzir, traída pelos nervos, pelo que decidiu percorrer a pé os cerca de quatrocentos metros que a separavam da Coopérative. A noite estava escura como breu e caía uma morrinha, açoitada por vento forte. A espaços, o clarão de um relâmpago rasgava os céus seguido do ribombar de um trovão a alguma distância, para o lado do mar. Inclinou o corpo para a frente, de modo a contrariar a força do vento e conseguir avançar.
As gotículas de chuva misturavam-se com as lágrimas que não conseguia segurar. Para a chamarem a meio da noite, tinha de ter acontecido algo grave, dando razão ao pressentimento que tivera nessa tarde. Com aquele vendaval, o mar do golfo deveria estar com vagas enormes… Teria ocorrido um naufrágio? Nesse caso, ter-se-ia o marido e os restantes homens do Étoile de Mer conseguido salvar? Receava o pior! O certo é que tinha havido um pedido de socorro para terra e alguém o teria feito. Jacques, como dono e responsável pelo barco? Qualquer um dos outros quatro pescadores?
Sentia perder as forças nas pernas, todo o corpo num tremor e não era de frio por ter já as calças ensopadas: com a precipitação de sair, nem se lembrara de pegar num chapéu-de-chuva. Um nó na garganta dificultava-lhe a respiração, mas ia-se esforçando por pôr um pé à frente do outro, lutando contra as rajadas de vento e o esvaziamento anímico.
Finalmente, chegou à Coopérative Maritime. A porta estava entreaberta e havia luz no interior, o que só por si, àquela hora, era sinal de que algo de anormal se passava.
Entrou. Assim que a viu, Alain veio ter com ela e abraçou-a.
– O teu marido… Lamento, Sylvie! – ouviu-o dizer, com a voz embargada.
Afastou-o com as mãos e recuou um passo.
– O que é que lamentas, Alain? Explica-te! – exigiu, alterada, como que esperando que a resposta ainda pudesse ser diferente daquilo que parecia ser cada vez mais óbvio: algo muito grave tinha acontecido a Jacques.
O outro manteve a serenidade possível e, com voz pausada, informou:
– Às duas e meia da manhã, recebemos um SOS do Étoile de Mer. Disseram que estavam em dificuldades, que as condições do tempo se tinham agravado e que se tinham visto no meio de um temporal a vinte milhas náuticas daqui, algures entre a ilha de Groix e Quiberon. O mar estava cavado e o vento era muito forte. Estavam a tentar recolher a rede de emalhar. O Jacques tinha largado o leme e dirigia-se para ajudar os outros, quando um golpe de mar quase ia virando o barco. Ele não se conseguiu segurar a tempo e foi atirado com violência contra o guincho.
Suspendeu o relato por um segundo interminável, como que para a preparar.
– A pancada na cabeça foi fatal, Sylvie… Os companheiros não o conseguiram reanimar, lamento muito dizê-lo!
Ela sentiu o chão fugir-lhe dos pés. Vendo-a empalidecer, quase desfalecendo, Alain amparou a amiga, conduzindo-a a uma cadeira onde a sentou. Pediu a um outro homem que lhe trouxesse um copo com água e açúcar. Agachado à sua frente, foi segurando as mãos de Sylvie que se mantinha recostada, com a cabeça inclinada para trás e os olhos atónitos fixos no vazio.
in Traços De Pont-Aven
(O autor escreve segundo a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.)
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
domingo, 8 de novembro de 2020
IR OU FICAR, de Fernando Teixeira
A previsão não era a melhor. O mês de Fevereiro estava no fim e tinha decorrido quase todo com tempo instável. Aquele dia não era excepção: um céu carregado de nuvens escuras, vento moderado a forte, com algumas rajadas, e aguaceiros frequentes.
Tudo em redor estava empastelado em tons de cinzento. As gaivotas e outras aves marinhas haviam desaparecido da zona da ria, provavelmente recolhidas em terra, a adivinhar tempestade no mar. Quando deixava de chover, lá aparecia uma ou outra gaivota no cais, deslocando-se em passinhos hesitantes e com as penas levantadas pelo vento, para logo efectuar voos curtos à procura de abrigo, dir-se-ia pequenos saltos, a força do vento não lhe permitindo grandes veleidades. Os barcos, ancorados em fila na ria, balouçavam freneticamente em movimentos descoordenados ao sabor da crispação das águas.
Durante a manhã, um bom número de pescadores havia-se mantido reunido nas instalações da Coopérative Maritime, de ouvidos colados aos aparelhos de rádio e de telecomunicações, e de olhos postos nos televisores, na tentativa de apurar quais as condições meteorológicas para essa tarde e noite. Havia sido assim, dias a fio. De vez em quando, entrava mais um pescador, cada qual trazendo notícias contraditórias. Alguns dos homens tentavam contactar capitães de navios que estivessem ao largo, no sentido de confirmar as condições reais do mar e do vento.
Jacques Bonnet era dono de um dos barcos maiores, e com mais calado, de entre os dos Patrões de Costa locais e apenas esse restrito número de embarcações poderia enfrentar aquele mar. Apesar disso, ele jamais teria saído da ria com aquelas condições, pondo em risco o barco e, principalmente, a sua e a vida dos quatro pescadores, também amigos de longa data, que faziam há anos parte da sua tripulação.
A seguir à hora do almoço, o tempo pareceu amainar um pouco, embora continuasse ameaçador, o que dividiu ainda mais a opinião dos pescadores. De facto, o vento acalmara bastante e já não chovia há hora e meia.
Os quatro pescadores vieram ter com Jacques, incentivando-o a fazerem-se ao mar. Argumentaram que tinham telefonado para familiares e amigos de Le Pouldu, Lorient, Port Manec’h, Poul Don e até de Quiberon: tinham sabido que um ou outro barco de maior porte já tinha saído para o mar e que as tripulações de outras embarcações, até menores, se preparavam para o fazer.
Outros grupos de homens, à volta deles, pareciam debater-se com o mesmo dilema, esgrimindo argumentos e dúvidas: sair para a pesca ou ficar em terra?
Jacques dirigiu-se com Maurice, o seu contramestre, à mesa dos rádios, na expectativa de obter as últimas informações sobre as condições meteorológicas. Consultaram as cartas náuticas e trocaram impressões.
Com a aproximação da hora habitual de partida para a faina, algumas mulheres entraram nas instalações tentando convencer os maridos a não arriscarem.
Também Sylvie tentou demover o marido da intenção de se fazer ao mar nesse dia. Bem vira como estava o tempo nessa manhã, enquanto conduzia em direcção a Quimperlé. À chegada ao emprego, apressou-se a telefonar para saber das intenções de Jacques. Não ficou descansada com a resposta e passou a manhã angustiada. Sabia como o marido era corajoso, por vezes até demasiadamente temerário para o seu gosto. Já o vira sair para o mar, com os companheiros, em condições que aconselhavam prudência. E aquele era um dia desses!
No fim do turno da manhã dessa sexta-feira, não conseguiu aguentar a ansiedade: pediu dispensa, desculpando-se de que tinha surgido uma emergência em casa, e “voou” para Port de Doëlan com as mãos agarrando o volante e o coração.
Entrou apressada na Coopérative, depois de ter verificado que o marido não estava em casa. Viu Jacques reunido com os seus homens. Correu lesta para ele e abraçou-o num soluço. Os quatro pescadores afastaram-se, dando espaço ao casal. Todos eles já tinham passado por momentos assim com as respectivas esposas. Bem sabiam o que era ler-lhes a angústia nos olhos lacrimejantes.
in Traços De Pont-Aven
(O autor escreve segundo a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.)
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Novidade Literária | " O Instituto", de Stephen King - Novo Thriller chega às livrarias dia 6 de Novembro | Bertrand Editora
A obra encontra-se já em pré-venda online, caso não tenha possibilidade de se deslocar a uma livraria.
SINOPSE
A meio da noite, na casa de uma rua tranquila de Minneapolis, intrusos matam silenciosamente os pais de Luke Ellis e levam-no numa carrinha preta. A operação demora menos de dois minutos. Luke vai acordar no Instituto, num quarto parecido com o dele mas sem janela. E há outras portas, que fecham outras crianças com talentos especiais telecineia e telepatia - e que ali chegaram da mesma maneira que Luke: Kalisha, Nick, George, Iris e Avery Dixon de dez anos. Todos eles estão na Metade da Frente. Luke fica a saber que há outros na Metade de Trás, de onde nunca se volta.