Quando Stefan Hertmans descobre que Monieux, a aldeia da Provença onde passa grandes temporadas, foi palco de um massacre de judeus há cerca de mil anos, resolve ir à procura de pistas. A primeira é uma carta de recomendação encontrada numa sinagoga do Cairo no final do século xix que o põe no encalço de Vigdis, uma rapariga nobre de família cristã, que renega a sua fé para se casar com o amor da sua vida – um judeu pelo qual muda o nome para Hamoutal. O pai da jovem oferece, porém, uma avultada recompensa a quem lha trouxer de volta, razão que leva os amantes a fugir para Monieux, onde terão filhos e viverão escondidos com a ajuda de uma comunidade judia. É, porém, aí que tem lugar o pogrom que fará Hamoutal perder o rasto da família, obrigando-a a um périplo tumultuoso, primeiro através das cidades francesas de Rouen, Narbona e Marselha, e depois por barco até ao Egito, onde acabará os seus dias.
É esta viagem impensável para uma mulher sozinha no tempo da Primeira Cruzada que acompanharemos a par e passo, uma história de amor épica que é também um retrato angustiante da destruição causada pela Guerra Santa.
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