Foto: D.R.
Beco das Almas Perdidas, de William Lindsay Gresham, começa com a extraordinária descrição de
um tragabichos – alcoólico e abjeto, alvo do deleitado nojo e escárnio da multidão voyeurista –
durante a sua atuação numa feira de província.
O jovem Stan Carlisle também trabalha nessa feira e pergunta a si mesmo como é que um homem pode
descer tão baixo. Nunca na vida, jura ele, lhe há de acontecer tal coisa. E uma vez que, além de
esperteza e ambição, Stan não é desprovido de um vantajoso laivo de falta de compaixão, em breve
começa a dar-se bem. Em palco, ele é o mentalista com uma bonita assistente (que não tarda a tornar-
se a sua atormentada mulher), sendo que depois se converte num consumado espiritista, ao serviço dos
ricos e crédulos nas suas casas bem mobiladas. Parece que o mundo está ao dispor de Stan. Pelo menos por enquanto.
Inédito em Portugal, Beco das Almas Perdidas é um
dos grandes clássicos do noir americano da década
de 1940. Uma obra-prima comparável a romances
como As Vinhas da Ira, de Steinbeck, pela sua
capacidade de traduzir literalmente as sombras da
Grande Depressão.
Nas livrarias a 25 de Janeiro
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