Numa fria manhã de janeiro de 1967, em plena guerra
civil da Guatemala, um comerciante judeu libanês é sequestrado num beco sem
saída da capital. Ninguém ignora que a Guatemala é um país surrealista, tinha
ele afirmado anos antes.
Um narrador chamado Eduardo Halfon terá de se
deslocar ao Japão e revisitar a sua infância na Guatemala dos bélicos anos
setenta, e comparecer a um misterioso encontro num bar escuro e lúmpen, para
finalmente esclarecer os pormenores da vida e o sequestro daquele homem que também
se chamava Eduardo Halfon, e que era seu avô.
Neste novo elo do seu fascinante projeto literário,
o autor guatemalteco embrenha-se na brutal e complexa história recente do seu
país, na qual se torna cada vez mais difícil distinguir vítimas de verdugos.
Acrescenta-se assim uma importante peça à sua subtil exploração das origens e
mecanismos da identidade com que conseguiu construir um inconfundível universo
literário.
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