Depois do sucesso conseguido com o romance Torto Arado – que venceu em Portugal o
Prémio LeYa e a seguir, no Brasil, os prestigiados prémios Jabuti e Oceanos e está
a ser traduzido em mais de uma dúzia de línguas –, Itamar Vieira Junior
regressa com uma coletânea de histórias fascinantes que o confirmam como um
grande narrador.
Com linguagem rica e poética e estrutura
variada e inovadora, as narrativas aqui presentes são herdeiras da tradição
literária brasileira, mas ao mesmo tempo profundamente contemporâneas no
tratamento de questões como a destruição da floresta, a exploração dos mais
fracos, a construção de muros entre países, as lutas pelos direitos humanos.
Tal como sucedia em Torto Arado, as heroínas destas histórias são maioritariamente mulheres
obrigadas a lutar contra a adversidade, como, de resto, a Doramar que dá nome
ao conjunto; mas também não são esquecidos aqueles que regra geral não têm voz,
como os escravos levados de África ou os índios empurrados para fora das suas
terras.
Um livro memorável sobre como as raízes
sempre ensombram o futuro. E que reúne textos anteriores e posteriores ao
romance que celebrizou o autor.
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