Uma criança desaparece. Estava à guarda do pai. O
choque da notícia atira a mãe para um abismo de amnésia. Sem memória, é incapaz
de chorar um filho que não sabe que tem. Como podemos continuar a viver se
caminhamos vazios?
E há um homem que arranja uma amante enquanto
visita a mulher no hospital. Ladrões que roubam cinzas de uma morta.
Há as maldades desumanas do amor, um sopro pérfido que
o diabo sussurra aos ouvidos. Em fundo, a irracional violência do divórcio.
A bestialidade das palavras que atiramos uns aos
outros como pedras.
Uma mulher que espera, ainda e sempre, à janela.
Porque o coração é um bicho e não ouve. E uma
pergunta a que não se ousa responder: Para onde vão os amores que foram um dia?
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