A Dom Quixote anuncia a publicação de uma nova edição de Novas Cartas Portuguesas, com o objectivo de assinalar os 50 anos de um livro intemporal e que continua a ser um marco na história da literatura portuguesa, pela primeira vez publicado em 1972, ano em que Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, desafiaram, corajosamente, o regime do Estado Novo que, em resposta, instaurou uma perseguição às autoras num vergonhoso processo judicial que viria para sempre a ficar conhecido como o julgamento das Três Marias.
Com efeito, a 25 de Outubro de 1973, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa foram conduzidas a tribunal por terem escrito um livro, cuja primeira edição foi recolhida e destruída pela censura então vigente, três dias após o seu lançamento. A inacreditável justificação foi a de que se tratava de um volume com “conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”. O processo concluiu-se já depois do 25 de Abril de 1974 e, no dia 7 de Maio desse mesmo ano, o tribunal, pela mão do Juiz Acácio Lopes Cardoso, declara que “o livro não é pornográfico nem imoral, pelo contrário, é uma obra de arte, de elevado nível, na sequência de outros que as autoras já produziram”.
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