Em
1638, e já no ocaso do Império Português, Tomás Rodrigues da Cunha, pequeno
fidalgo e militar, natural do Minho, e Pierre Berthelot, piloto-mor e cosmógrafo,
oriundo da Normandia, rumaram à Ilha de Sumatra no Índico. Integravam a
embaixada que se propunha firmar um tratado de aliança com o sultão de Achém e,
sendo os dois na ocasião carmelitas descalços do convento de Goa, movia-os esse
espírito insólito, de entrega e sacrifício, inspirador dos mártires de todas as
épocas. As aventuras que viveram, nas quais o amor profano nem sempre se
distinguiria do sagrado, constituem verso e reverso de uma só medalha, cunhada
na miséria da guerra, na exaltação da alma, e na partilha da Terra. Como
outros, de ontem, de hoje e amanhã, apostaram na glória da condição humana,
tornando-se dignos do festejo do sangue generosamente derramado.
Quanto
ao luminoso trajecto que executaram, e que nenhum livro até agora descreveu, o
presente autor acredita que nestas páginas ficarão o comovido tributo e o
registo possível.
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