Uma nova edição daquele
que é, talvez, o mais singular dos romances de Jorge Amado, publicado em 1979, e
que transporta para o meio intelectual do Rio de Janeiro de 1940. No centro das
atenções está a Academia Brasileira de Letras, onde se abriu uma vaga com a
morte prematura do poeta boémio Antônio Bruno, em Paris, após ter tomado
conhecimento da queda da cidade em mãos nazis.
De maneira a escolher o
seu substituto, dá-se então início a uma acirrada disputa que opõe as forças da
cultura, lideradas pelos «dois velhos literatos», ao obscurantismo
nazi-fascista.
Organizado em capítulos
breves, como um espirituoso folhetim, Farda Fardão Camisola de Dormir é
uma sátira leve e divertida ao conservadorismo político da elite, à hipocrisia
das tradições familiares e à vaidade intelectual dos literatos. Mas é também, e
acima de tudo, uma exaltação da liberdade, pois, mesmo sob a opressão e a
tirania, «é sempre possível plantar uma semente, acender uma esperança».
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