Considerada
uma obra-prima, A Trilogia de Copenhaga (1967-71) reúne num único
volume Infância, Juventude e Relações Tóxicas,
os
três livros fundamentais de Tove Ditlevsen, aclamada como uma das vozes mais
importantes e singulares da literatura dinamarquesa do século XX. Uma obra
corajosa e honesta que representa um exercício pioneiro no campo da escrita
confessional, explorando temas como a família, o sexo, a maternidade, a
toxicodependência e as dificuldades da mulher para ser artista. Infância conta
a história de uma criança inadaptada e da sua determinação em tornar-se poeta; Juventude
descreve as suas primeiras experiências sexuais, o contacto com o mundo
do trabalho e a descoberta da independência; e Relações Tóxicas abrange,
sobretudo, os vários casamentos da autora e a sua horrível queda no vício da
droga, facilitada pelo seu sinistro marido-médico.
Embora
baseado nas experiências de Ditlevsen, este é um livro que se
lê como a ficção mais empolgante, sendo notável pela sua intensidade e
descrição imersiva de um mundo de complexas amizades femininas, relações
familiares e literatura.
Com
a sua escrita sensível, sofisticada e de uma integridade e ironia corajosas,
Ditlevsen consegue transformar em arte as experiências da vida pessoal, sendo
por isso vista como uma precursora de escritores confessionais como Karl Ove Knausgård,
Annie Ernaux, Rachel Cusk e Deborah Levy.
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