Por
ocasião do baptizado do filho varão, Felipe III de Espanha e II de Portugal
promove festejos imperdíveis na cidade de Valladolid, sede da Corte e capital
do império. E, se para aquele umbigo do mundo – onde desaguam todos os vícios,
velhacarias e vilanias – concorrem nobres e ladrões, damas e rameiras, será
mais do que certo que, depois de um périplo por Badajoz, Sevilha, Trujillo ou
Toledo, siga também para lá Tanganho Perdigão Fogaça, conhecido por Dom
Perdigote, a fim de cumprir o seu destino.
Mas nem
tudo se apresenta de feição a este espadachim nascido no ano em que morre
Camões; claro que, entre as muitas peripécias vividas, encontra o amor da sua
vida e conhece o pintor El Greco, o escritor Quevedo e até o autor do Quixote;
porém, será envolvido na tentativa de assassinar um dramaturgo que integra
a embaixada inglesa, enviada para ratificar a paz entre as duas nações. Quem o
irá salvar?
Na senda
do seu romance de estreia – A Demanda de Dom Fuas Bragatela, aplaudido
entusiasticamente pelo público e pela crítica –, Paulo Moreiras regressa ao
género pícaro, em que é mestre, para nos oferecer uma obra-prima de rigor e
divertimento que já fazia falta à nossa literatura.
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