«"Gostariam de saber a data da vossa morte? Fazia diferença se tivessem mais um ou mais cinquenta anos de vida?"
Ah, finalmente, uma pergunta em que o cancro me dava uma vantagem sobre os outros.»
O inesperado diagnóstico de cancro do pulmão, aos trinta e um anos, durante a pandemia e numa idade em que os seus pares começam famílias e compram casa, obrigou Lara da Rocha Vaz Pato a confrontar-se com as reações de amigos e família, com a perda de cabelo, os tratamentos ou o apoio psicológico e, acima de tudo, com o medo da morte. Pelo meio, fala da pressão de estudar em Portugal durante a crise dos anos 2000, sobre viver no estrangeiro e sobre as exigências que sentiu no mercado tecnológico como jovem adulta. Com a chegada da doença, as suas histórias e recordações falam de ser feliz e de ver o lado belo da vida, mesmo no meio de tanta má fortuna. Os temas pesados e desconfortáveis não se evitam, mas tornam-se mais fáceis de digerir pela verdade do tom e pelo humor. Um livro que não se esquece.
Desassombrada, Lara mostra-nos como lidou com os altos e baixos que a vida lhe trouxe, desde pequenos episódios da sua intimidade a temas como o cancro e a morte, a competição entre mulheres no trabalho, as relações amorosas ou as recordações da infância e da família.
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