Enid Blyton - Crédito foto wook.pt |
Texto: Isabel de Almeida | Jornalista | Crítica Literária
O presente artigo constitui um sinal de protesto contra a recente tendência de alterar/reescrever obras clássicas da literatura dos vários géneros, considerando-se que as obras contêm terminologia "ofensiva".
O fenómeno tem vindo a manifestar-se em países insuspeitos como o Reino Unido, onde se destacam já duas autoras Ilustres que são postumamente censuradas na sua escrita, o que consideramos um verdadeiro crime cultural, e uma inaceitável forma de censura contra o património literário universal.
Em Portugal os editores e livreiros têm sabido manter o distanciamento deste tipo de iniciativas, a nosso ver anti-culturais.
Na Nova Gazeta assumimos publicamente a defesa do purismo da escrita clássica, crescemos a ler autores como Enid Blyton e Agatha Christie, e morreremos a defender o direito à integridade do património literário destas e de outros autores que foi o seu legado e que, naturalmente, reproduz terminologias, atitudes e ideias que repercutem o momento histórico contemporâneo de quando as obras foram escritas.
A autora destas linhas cresceu literalmente a ler as aventuras de "Os Cinco", na memória ainda subsistem as descrições dos aparatosos lanches servidos às personagens, os momentos de aventura não isentos de perigo, e a capacidade da autora de transportar os leitores para dentro da trama, levando a que nos sentíssemos mais um dos jovens e corajosos investigadores ajudados pelo cão Tim.
A medida que a maturidade chegava, com ela vieram as leituras de Agatha Christie, autora de quem falaremos brevemente, por ser a rainha do crime.
Enid é uma excelente escolha para ler com as crianças nestas férias da Páscoa. Que nunca nos falte a coragem de combater a ignorância e promover a leitura de um bom clássico, escrito tal como saiu das mãos do seu autor.
A toda a equipa editorial e aos nossos parceiros e leitores votos de uma excelente páscoa com amêndoas e livros!
Sem comentários:
Enviar um comentário