O outono estava a revelar-se mais belo do que nunca, pleno de tons suaves, amanheceres argênteos, meios-dias banhados de sol e cor e noites igualmente claras. Os montes, ao longe, adquiriam um profundo tom de veludo azul, os castanheiros refulgiam em tons amarelo-dourados e do cimo de muros e cercas pendiam as videiras de tons purpúreos.
Dominado pelo desassossego, Hans parecia fugir de si mesmo. Durante o dia percorria as ruas da cidade e os campos vizinhos, tentava evitar o contacto com as pessoas, pois achava que toda a gente se aperceberia de imediato dos seus padecimentos de amor. À noite vagueava pelas ruelas, ficava a observar todas as raparigas que por ele passavam e seguia furtivamente todos os pares amorosos, ainda que isso lhe ficasse a pesar na consciência.
Com Emma tinha a sensação de ter estado perto de usufruir de toda a magia da vida e do que esta tem para oferecer de apetecível, porém, pouco depois, tudo isso por malícia lhe fora negado.
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