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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

FALA-ME DO QUE SENTES, de DIANA COSTA GOMES | PLANETA

É um livro de pessoas. Sobre pessoas e para pessoas. Ainda que as palavras pacientecliente e terapeuta surjam muitas vezes, não se deixe iludir o leitor por estes termos: estas são histórias sobre pessoas.»

Ricardo, Maria, Carolina, Henrique e Madalena, nomes fictícios, são os cinco protagonistas de histórias verídicas que compõe cada capítulo deste livro. Todos eles se sentaram, a dada altura das vidas, na poltrona do consultório de Diana Costa Gomes, psicóloga clínica, para pedir ajuda.

Para além da condição psicológica de cada um deles (ansiedade, depressão, trauma, luto e burnout), todos sofrem com as mesmas questões com que tantos de nós se debatem: solidão, compulsões alimentares, obsessões, problemas com o sono, síndrome do impostor, angústia, mudanças de humor.

Mas, ao longo destas páginas, encontramos ainda uma sexta história que se entrelaça com as outras: a de Diana, a autora e psicóloga clínica, que nos mostra como, por trás de um terapeuta, está uma pessoa, também ela com as suas fragilidades, angústias e contradições, que enfrenta desafios diários como qualquer um de nós.

É neste local de encontro, no espaço intimista de um consultório, que acompanhamos estas histórias, o processo psicoterapêutico desenvolvido, com as técnicas e ferramentas utilizadas e a relação pessoal que se estabelece entre paciente e terapeuta.

Todos nós temos uma história que molda quem somos, uma narrativa única que se entrelaça com a nossa essência. Problemas e questões que gostaríamos de resolver para nos sentirmos mais equilibrados.

E se falássemos sobre o que sentimos? Sem medos, nem julgamentos.
 

domingo, 29 de setembro de 2024

ENSAIO | PSICADÉLICOS, de PEDRO TEIXEIRA | FUNDAÇÃO FRANCISCO MANUEL DOS SANTOS

Sabia que o ser humano consome substâncias psicadélicas há milhares de anos? E que as chamadas bad trips (más viagens) com o uso de substâncias como LSD ou ayahuasca são, em geral, relativamente raras e fáceis de evitar e quase inexistentes em estudos científicos? Na verdade, as terapias assistidas que a elas recorrem parecem ser mais eficazes e com efeitos mais rápidos que a toma de fármacos para condições como depressão, ansiedade, alcoolismo, tabagismo e stress pós-traumático.

 Estão em curso em todo o mundo, e também em Portugal, centenas de avaliações do potencial das substâncias psicadélicas, para determinar os melhores protocolos de tratamento e as práticas mais seguras na sua utilização pela população. Este ensaio faz o ponto da situação e esclarece dúvidas sobre este novo e surpreendente recurso aos psicadélicos e as suas virtudes e riscos.

 

sábado, 28 de setembro de 2024

CELEBRIDADE MORTAL, de J.D. ROBB | CHÁ DAS CINCO

Crime, sexo e chantagem não são exclusivos da vida real…
 

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

ENSAIO | QUEM CUIDARÁ DE MIM, de ANA PAULA GIL | FUNDAÇÃO FRANCISCO MANUEL DOS SANTOS

Esta é uma interrogação comum a todos nós. Receamos o modo como vamos envelhecer e não sabemos que apoio estará disponível por parte da família, da comunidade, do Estado, das entidades privadas. O aumento da esperança de vida e a maior incidência de doenças crónicas, associados a uma menor disponibilidade familiar de cuidar a tempo inteiro, vão aumentar as necessidades de cuidados formais à população idosa. Este ensaio apresenta a atualidade dos cuidadores informais, avalia o Estatuto do Cuidador e reflete sobre o papel dos sistemas de proteção social no apoio aos cuidadores. Encontrar soluções para a crise global dos cuidados dependerá do reconhecimento do papel da família e da valorização do cuidado profissional, articulando políticas públicas de forma integrada.
 

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A LENDA DAS QUIMERAS, de PATRÍCIA FERNANDES | GRUPO SAÍDA DE EMERGÊNCIA


 Ela fugiu para evitar um escândalo. No campo, encontrou o maior dos seus pesadelos.


Algo tenebroso se move por baixo do bosque. E no coração de todos os habitantes de uma estranha vila.
 
1888. Alfreda, uma jovem de vinte e três anos, abandona a sua cidade natal depois de terminar abruptamente a relação com aquele que seria o grande amor da sua vida. O escândalo é enorme, e os seus pais, preocupados com a reputação e o futuro da filha, desaprovam seriamente essa decisão. Alfreda acredita poder encontrar o refúgio e a paz de que necessita em Fim da Caixa, uma vila remota, onde se acomoda na casa de uns tios, donos do único matadouro da região.

Mas logo no primeiro dia da sua estadia, coisas estranhas começam a acontecer na vila. Até os habitantes, num momento simpáticos e solícitos, podem tornar-se repentinamente hostis e furtivos. Quando, certa noite, Alfreda sofre um misterioso ataque do qual mal sobrevive, percebe que Fim da Caixa esconde algo sombrio. Hesitante entre regressar à casa dos pais, ou permanecer para desvendar os mistérios do passado da vila, a jovem opta pela decisão mais arriscada. O que descobre é algo tenebroso e, agora, talvez seja demasiado tarde para salvar a sua vida… ou sequer a sua alma.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

ENSAIO | CIBERSEGURANÇA, de PEDRO VEIGA | FUNDAÇÃO FRANCISCO MANUEL DOS SANTOS


123456? Madonna? Ronaldo? Dia e mês da data de nascimento? Não! Estes são códigos demasiado usados. Ler e responder a mensagens no smartphone sem ponderação? Não! Instalar apps só porque ouviu dizer que são giras? Não! Autorizar todos os cookies ao entrar num site ou descarregar uma aplicação? Não! SmishingPhishing, Ramsomware, DDoS, são neologismos para designar alguns dos ataques crescentes que exploram as fragilidades de sistemas digitais.

Este ensaio explica a importância da cibersegurança, aborda problemas concretos e dá conselhos úteis. Porque os cidadãos e as empresas têm de estar mais alerta para as armadilhas que alimentam a criminalidade no mundo digital e é preocupante a dependência, e sequente necessidade de proteção, da nossa sociedade nas tecnologias digitais. 

terça-feira, 24 de setembro de 2024

CONVERSAS COM A MINHA PROFESSORA, de CATHERINE L'ECUYER | PLANETA

Numa altura em que pomos em causa a chamada escola tradicional e, com a panóplia de oferta de ferramentas inovadoras, apelativas, condicionadas pelo marketing e pelas modas, pais e educadores podem sentir-se um pouco perdidos sobre que educação dar aos seus filhos. Catherine L’Écuyer, autora do best-seller Aprender na Curiosidade, traz-nos um livro esclarecedor, explicando as principais correntes educativas que encontramos atualmente nas escolas, as suas origens e de onde provêm conceitos como o estímulo precoce, as inteligências múltiplas, o método aprender fazendo, a aprendizagem cooperativa, o trabalho por projetos, a educação personalizada, a educação emocional, inteligências múltiplas, a teoria dos estilos de aprendizagem, entre outros.

Através de diálogos entre Matias, um inconformado estudante de Pedagogia, e Cacilda, uma sábia professora reformada, a autora tenta responder de forma clara e direta a várias questões que pais e educadores têm atualmente, nomeadamente o que se passa nas salas de aula de hoje.

Uma leitura fundamental para pais e educadores, que aborda a importância da educação, da atenção, o papel da imaginação, abrindo o horizonte ao prazer de aprender e ao desejo de saber mais.
 

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

AMADEO, de MÁRIO CLÁUDIO | DOM QUIXOTE

Este romance notável de Mário Cláudio relata o percurso do pintor Amadeo de Souza-Cardoso, entre as terras de Amarante e Paris dos inícios do século XX. Ficcionalizando a vida do pintor modernista, estabelece-se neste livro uma relação entre privilegiada entre a palavra e a imagem.

Esta obra venceu, em 1984, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e, passados quarenta anos da sua edição original, disponibiliza-se agora uma edição comemorativa bastante cuidada, com um prefácio de Carlos Reis, reprodução de recortes de imprensa da época, uma carta de Saramago a Mário Cláudio sobre a polémica atribuição desse prémio e algumas páginas do manuscrito original.

 

domingo, 22 de setembro de 2024

PROMESSA, de RACHEL-ELIZA GRIFFITHS | ASA

Promessa celebra a história de resistência de uma família. É uma história intemporal e universal sobre irmandade, identidade e a busca de uma pertença.

As irmãs Kindred - Ezra e Cinthy - cresceram rodeadas de muito amor. Amor dos seus pais, que as deixaram acreditar que os desejos que pedem às estrelas podem tornar-se realidade. Amor dos vizinhos, os Junketts, a única outra família negra da aldeia, cuja casa está repleta de costeletas untadas com especiarias e de abraços que fazem tremer o chão. E amor pela terra que as adotou, Salt Point, uma bela aldeia do Maine situada no topo de falésias.

Mas quando as meninas entram na adolescência, os seus vizinhos brancos começam a vê-las de forma diferente. E, à medida que as notícias que chegam de partes distantes do país se vão enchendo de apelos à igualdade e à justiça para os americanos negros, os habitantes brancos de Salt Point começam a ver os Kindreds e os Junketts como uma ameaça ao seu estilo de vida.

No meio da escalada de violência, de preconceito e de medo, as irmãs terão de encontrar no seu âmago as reservas de amor que acumularam para cometerem atos grandiosos de heroísmo e de bondade no caminho para a sobrevivência.
 

sábado, 21 de setembro de 2024

O HOMEM QUE SE FEZ ESQUECER, de STEVEN BRAEKEVELDT | CASA DAS LETRAS

Como John Steinbeck e Robert Kappa salvaram o avô do autor.

Na cabeça de Steven, o avô paterno, que via sobretudo nas férias de verão na aldeia, era igual a todos os avôs que conhecia, sem nada de estranho ou assinalável. Até ao dia em que, já depois da sua morte, lhe foram parar às mãos uns cadernos escritos por ele ao longo de muitos anos, que revelavam uma pessoa completamente diferente: um homem que estava longe de ser bom e que levara uma vida tão absolutamente louca e aventurosa que - pertencendo a uma família judia - conseguira a proeza de se tornar gangster, mercenário, espião e até oficial superior das SS durante a Segunda Guerra Mundial, acabando prisioneiro num campo de trabalho russo. E mesmo que - como confessa o narrador deste relato surpreendente - se trate de alguém que cometeu crimes hediondos, é impossível aos leitores desta história não sentirem uma secreta admiração por este homem que, tendo vivido tantas vidas em tantos lugares, conseguiu afinal fazer-se esquecer.

Steven Braekeveldt, apostado em tirar o avô do anonimato, entrelaça nesta obra o mágico e o realista para nos contar uma vida única em episódios que recuam ao final do século XIX e que incluem personalidades conhecidas de todos, entre as quais o escritor John Steinbeck e o repórter Robert Kappa, de quem o protagonista foi amigo quando viveu em Nova Iorque.

Uma narrativa alucinante com um ritmo incrível, a não perder.
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O OUTRO VALE, de SCOTT ALEXANDER HOWARD | CASA DAS LETRAS


Odile, de dezasseis anos, é uma rapariga tímida e tranquila que concorre a um lugar cobiçado no Conselho. Se ganhar o lugar, será ela a decidir quem pode atravessar as fronteiras fortemente vigiadas da sua cidade. Do outro lado, é o mesmo vale, a mesma cidade — exceto que, a leste, a cidade está vinte anos à frente no tempo. A oeste, está vinte anos atrasada. As cidades repetem-se numa sequência interminável através do deserto.

Quando Odile reconhece dois visitantes, os quais não era suposto ver, apercebe-se de que os pais do seu amigo Edme foram escoltados através da fronteira do futuro, numa visita de luto, para verem o seu fi lho enquanto ele continua vivo no presente de Odile.

Edme — que é brilhante, divertido e a única pessoa que conhece verdadeiramente Odile — está prestes a morrer. Jurando guardar segredo para preservar a linha do tempo, Odile torna-se na principal candidata ao Conselho, mas dá por si a aproximar-se do rapaz condenado, pondo em perigo todo o seu futuro.

O Outro Vale é uma exploração poética, distópica e emocional das complexidades do tempo, do amor e das escolhas que definem as nossas vidas. Scott Alexander Howard cria uma história inesquecível sobre perda, livre-arbítrio e esperança.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

AUTORES INTERNACIONAIS | JO NESBO

 

Nasceu na Noruega em 1960. É músico, compositor, economista e um dos escritores de policiais mais elogiados e bem-sucedidos da Europa. Com os livros da série protagonizada pelo inspetor Harry Hole conseguiu um sucesso invejável quer no seu país de origem quer a nível internacional, recebendo elogios da crítica e do público. É traduzido em mais de 40 línguas, recebeu vários prémios literários e muitos dos seus livros atingiram os tops de vendas. É hoje um autor de primeiro plano na nova vaga de escritores nórdicos. Em fevereiro de 2013 o Parlamento norueguês atribuiu-lhe o Peer Gynt Prize, que premeia uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido na sociedade e tenha contribuído para valorizar a reputação da Noruega a nível internacional.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

A ILHA DAS RATAZANAS, de JO NESBO | DOM QUIXOTE

Sombrios, belos e arrepiantes…
Cinco thrillers ambientados num futuro estranho e indeterminado.

A vingança, o poder e o progresso científico são os temas dos thrillers reunidos neste volume repleto de emoções fortes, onde Jo Nesbø nos mostra, mais uma vez, porque é considerado um dos maiores escritores de suspense da atualidade.

A Ilha das Ratazanas imagina um futuro possível para as sociedades ocidentais: numa América pós-pandémica, onde o Estado de Direito colapsou, membros da elite aguardam no topo de um arranha-céus pela chegada de um helicóptero que os transportará para um refúgio de paz e segurança, enquanto, a seus pés, as massas famintas e sem-abrigo lutam pela sobrevivência nas ruas devastadas e dominadas por gangues de motociclistas em fúria. Em O Triturador, um cientista que investiga a fórmula para a vida eterna encontrou um triturador de memórias que o ajudará a esquecer tudo, antes que seja tarde demais. Em As Cigarras acompanhamos dois amigos que, a caminho da largada de touros em Pamplona, se apaixonam pela mesma rapariga. Antídoto segue um filho distante que elabora um plano perverso quando vai visitar o pai a uma quinta de cobras em África. E, por último, no épico e cruel Cavalo Preto, conhecemos um psicólogo que, por acaso, é também um assassino profissional.
 

terça-feira, 17 de setembro de 2024

A MERCEARIA CÉU & TERRA, de JAMES MCBRIDE | DOM QUIXOTE

Em 1972, quando os trabalhadores de Pottstown, na Pensilvânia, escavavam as fundações de um novo empreendimento imobiliário, a última coisa que esperavam encontrar era um esqueleto no fundo de um poço. A quem pertencia e como fora lá parar? Estes eram dois dos muitos segredos bem guardados pelos residentes de Chicken Hill, o bairro decrépito onde viviam lado a lado imigrantes judeus e americanos africanos, partilhando ambições e desgostos.

Chicken Hill era onde Moshe e Chona Ludlow viviam quando Moshe decidiu admitir negros na sua casa de espetáculos e onde Chona tinha a Mercearia Céu & Terra. A apreensão instala-se quando aparece um funcionário do estado em busca de um rapazinho surdo para o internar numa instituição. Chona e Nate Timblin, o empregado negro de Moshe e líder oficioso da comunidade negra de Chicken Hill, procuram, juntos, manter o rapaz a salvo. Por fim, é revelada a verdade sobre o sucedido em Chicken Hill e sobre a participação do poder instalado branco nos acontecimentos.

Conforme as histórias destas personagens se vão sobrepondo e adensando, percebemos as dificuldades sentidas pelas pessoas que vivem à margem da América branca e cristã e o que elas têm de fazer para sobreviver. James McBride mostra-nos que, em tempos difíceis, é o amor e a comunidade — o céu e a terra — que servem de sustentação.

Em A Mercearia Céu & Terra, um romance terno e imaginativo, James McBride prova uma vez mais a sua extraordinária qualidade de contador de histórias, ao mesmo tempo que reafirma a sua confiança imensa na humanidade.
 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

AUTORES INTERNACIONAIS | MATHIAS ÉNARD

Mathias Énard nasceu em 1972, estudou persa e árabe, e viveu largos períodos no Médio Oriente. É professor de árabe na Universidade de Barcelona, cidade onde vive.
É autor dos romances La perfection du tir (2003; Prémio dos Cinco Continentes da Francofonia 2004), Remonter l’Orénoque (2005), Zona (2008; prémios Décembre 2008 e Livre Inter 2009, entre outros), Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes (2010; Prémio Goncourt des Lycéens 2010 e Prémio do Livro em Poitou-Charentes 2011), Rue des Voleurs (2012; finalista do Prémio Goncourt e vencedor do Prémio Lista Goncourt / A Escolha do Oriente 2012, entre outros), Bússola (2015; Prémio Goncourt 2015 e Prémio Lista Goncourt / A Escolha da Suíça 2015), Le Banquet annuel de la confrérie des fossoyeurs (2020) e Desertar (2023). Publicou também os livros de ensaio Bréviaire des artificiers (2007) e L’alcool et la nostalgie (2011).
 

domingo, 15 de setembro de 2024

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "A ÚLTIMA IMPERATRIZ", de MARIA JOÃO FIALHO GOUVEIA

 

Maria João Fialho Gouveia é filha dos anos 60 e do Estoril. Jornalista, passou pelas várias áreas da imprensa. Presentemente abraça a literatura, definindo-a como uma doce e viciante solidão que lhe completa a alma. Mulher de causas pelos direitos humanos e dos animais. Tem publicados os livros: Fialho Gouveia – Biografia sentimentalDona Francisca de Bragança – A princesa boémiaAs Lágrimas da PrincesaSob os Céus do EstorilMaria da Fonte – A Rainha do povoOs Távoras – Entre a virtude e o pecadoDona Filipa e Dom João I – Unidos pelo reino e pelo amorO Primeiro Amor de Dom CarlosA Templária, Inês.


A Última Imperatriz que a Bertrand Editora agora publica e cujo lançamento teve lugar no passado dia 14 de setembro, pelas 17h00 no Palácio da Presidência na Cidadela de Cascais contou com a apresentação de Pedro Salema e um momento musical da soprano lírico coloratura Maria Isabel Seabra, acompanhada ao piano. Teve o apoio da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação D. Luís I.


Ficou a promessa de um novo romance para breve, para o qual já começou a fazer as suas pesquisas. Deixando no ar o mistério sobre a sua história e com a garantia de que seria algo novo com o qual espera surpreender o público.

Não se esqueceu de reafirmar que ainda que seja muito difícil ser artista no nosso país faz o que gosta, porque gosta e para quem gosta.




Texto: Madalena Condado

Fotos: Mário Ramires

DESERTAR, de MATHIAS ENARD | DOM QUIXOTE

Guerra, deserção, amor e engajamento... um romance brilhante que observa como a guerra mexe com os aspetos mais íntimos das nossas vidas.

Desertar alterna a história de um soldado desconhecido - que, à margem de um campo de batalha indeterminado, tenta fugir da sua própria violência - com a de um genial matemático da Alemanha Oriental, tragicamente desaparecido, desde a ascensão do nazismo até ao colapso dos Estados comunistas. Duas narrativas que estabelecem um diálogo entre si através de diferentes guerras, como se a Europa ainda não tivesse acabado de pagar o preço do seu imperialismo e das suas ideologias.
 

sábado, 14 de setembro de 2024

AUTORES INTERNACIONAIS | PHILIP ROTH

Escritor norte-americano, Philip Milton Roth nasceu a 19 de março de 1933, na cidade de Newark, no estado da Nova Jérsia e faleceu a 22 de maio de 2018, em Nova Iorque. Filho de um mediador de seguros de origem austro-húngara, tornou-se num grande entusiasta de baseball aos sete anos de idade. Descobriu a literatura tardiamente, aos dezoito.
Após ter concluído o ensino secundário, ingressou na Universidade de Rutgers mas, ao fim de um ano, transferiu-se para outra instituição, a Universidade de Bucknell. Interrompeu os seus estudos em 1955, ao alistar-se no exército mas, lesionando-se durante a recruta, acabou por ser desmobilizado. Decidiu pois retomar os seus estudos, trabalhando simultaneamente como professor para poder prover ao seu sustento, tendo-se licenciado em 1957, em Estudos Ingleses.
Inscreveu-se depois num seminário com o intuito de apresentar uma tese de doutoramento, e perdeu o entusiasmo, desistindo deste seu projecto em 1959. Preferindo dar início a um esforço literário, passou a colaborar com o periódico New Republic na qualidade de crítico de cinema, ao mesmo tempo que se debruçava na escrita do seu primeiro livro, que veio a ser publicado nesse mesmo ano, com o título Goodbye, Columbus (1959). A obra constituiu uma autêntica revelação, comprovada pela atribuição do prémio literário National Book Award. Mereceu também uma adaptação para o cinema pela mão do realizador Larry Peece.
Seguiram-se Letting Go (1962) e When She Was Good (1967), até que, em 1969, Philip Roth tornou a consolidar a sua posição como romancista através da publicação de Portnoy's Complaint (1969, O Complexo de Portnoy), obra que contava a história de um monomaníaco obcecado por sexo. O autor passou então a optar por fazer reaparecer muitas das suas personagens em diversas narrativas. Depois de The Breast (1972), romance que aludia à Metamorfose de Franz Kafka, David Kepesh, o protagonista que se via transformado num enorme seio, torna a figurar em The Professor Of Desire (1977) e em The Dying Animal (2001). Um outro exemplo de ressurgência é Nathan Zuckermann, presente em obras como My Life As A Man (1975), Zuckermann Unbound (1981), I Married A Communist (1998, Casei Com Um Comunista ) e The Human Stain (2000).
Tendo dado início a uma carreira docente em meados da década de 60, e que incluiu a sua passagem por instituições como as universidades de Princeton e Nova Iorque, Philip Roth encontrou muita da sua inspiração em incidentes e ambientes da vida académica.
Em 1991 publicou um volume dedicado à história da sua própria família, Patrimony , trabalho que foi galardoado com o National Critics Circle Award no ano seguinte, uma entre as muitas honrarias concedidas ao autor.
Em 1997, Philip Roth ganhou Prémio Pulitzer com Pastoral Americana. Em 1998 recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002 o mais alto galardão da Academia de Artes e Letras, a medalha de Ouro da Ficção, anteriormente atribuída a John dos Passos, William Faulkner e Saul Bellow, entre outros. Ganhou duas vezes o National Book Critics Award.
Em 2005, A Conspiração contra a América recebeu o prémio da Sociedade de Historiadores Americanos pelo «excecional romance histórico sobre um tema americano, relativo a 2003-2004», e foi considerado Melhor Livro do Ano por inúmeras publicações, entre elas: New York Times Book Review, San Francisco Chronicle, Boston Globe, Chicago Sun-Times, Los Angeles Times Book Review, Washington Post Book World, Time e Newsweek. No Reino Unido, Recebeu ainda o W.H. Smith Award para Melhor Livro do Ano.
Em 2011 recebe o Man Booker International Prize, prémio que procura destacar a influência de um escritor no campo da literatura. Trata-se de um reconhecimento do trabalho pessoal, e não de uma obra sua em particular. No ano seguinte, recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias, a maior distinção de Espanha.
 

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A ORGIA DE PRAGA, de PHILIP ROTH | DOM QUIXOTE

O romance que encerra a «trilogia e epílogo» Zuckerman Acorrentado, quatro narrativas distintas sobre o escritor Nathan Zuckerman: O Escritor FantasmaZuckerman LibertadoA Lição de Anatomia e A Orgia de Praga.

Em busca do manuscrito inédito de um escritor iídiche martirizado, o romancista americano Nathan Zuckerman viaja para a cidade de Praga, sob ocupação soviética, em meados da década de 1970. Aí, num país sufocado pelo totalitarismo soviético, descobre uma situação literária marcada por uma opressão institucionalizada que é francamente diferente da sua. Descobre também, entre os escritores subjugados com os quais depressa se vê envolvido numa série de aventuras bizarras e patéticas, um tipo de heroísmo fascinantemente perverso.

A Orgia de Praga, romance composto pelas entradas dos cadernos em que Zuckerman regista a sua estadia no meio destes artistas ostracizados, constitui um final surpreendente do magnum opus que Roth concebeu laboriosamente acerca das consequências imprevistas da arte.
 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

AMARELO TANGO, de NICOLAU SANTOS | OFICINA DO LIVRO

Acusado de ter engravidado uma senhora de origem francesa, Estanislau Augusto dos Santos vai como degredado para Angola logo no início do século XX. É lá, porém, que lhe sai a sorte grande, tornando-o acionista de um pequeno império composto de pastelaria, cervejaria, fábrica de refrigerantes e quatro cinemas. Casa-se por procuração com uma jovem de quem terá três filhos, mantendo embora uma relação com a mulata Rosalinda, de quem terá mais um. Encabeça as reivindicações dos comerciantes contra o poder da Metrópole e passa por peripécias várias, quase chegando a ser preso; abalado e desgostoso com a situação, decide regressar a Portugal em 1964.

Quem fica a tomar conta dos seus negócios é Tati, o filho mais velho, que tem um jeito especial para falar com os operários da fábrica onde trabalha quando as coisas começam a azedar. No início dos anos 1970, o único neto de Estanislau que tem o seu nome andará envolvido na luta pela independência de Angola, mas compreende que os seus sonhos são de papel - e que o papel se rasgou. É esse neto que, anos depois, se apaixonará por uma jovem que o fará regressar ao maior segredo da família, o que liga toda a narrativa em torno de uma cor: amarelo tango.

Esta é a saga absolutamente fascinante de três gerações de uma família, contada num mosaico de pequenos episódios que - do cómico ao trágico - nos oferecem de forma magistral a história de Angola no último século.
 

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

AUTORES NACIONAIS | LUÍSA COSTA GOMES

Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro. O seu primeiro romance, O Pequeno Mundo, ganhou o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus e Olhos Verdes, o Prémio Máxima de Literatura. A obra Contos Outra Vez ganhou o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores. Publicou ainda, na Dom Quixote, os livros infantis A Galinha Que Cantava Ópera (2005), com ilustrações de Pierre Pratt, e Trava-Línguas (2006), com ilustrações de Jorge Nesbitt, A Pirata (2006), romance sobre a aventurosa vida da pirata Mary Read, e o livro Setembro e Outros Contos (2007). O seu romance Ilusão (ou o que quiserem) (2009) recebeu, em 2010, o Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, «pela inovação e ágil registo estilístico», como referiu em ata o júri, e o Prémio de Ficção do PEN Clube, ex-aequo com Dulce Maria Cardoso. Cláudio e Constantino (2014) venceu o Grande Prémio de Literatura dst e Florinhas de Soror Nada, a Vida de Uma Não-Santa (2018), o Prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues.
 

terça-feira, 10 de setembro de 2024

VISITAR AMIGOS, de LUÍSA COSTA GOMES | DOM QUIXOTE


Visitar Amigos reúne treze contos inéditos. Sem ter um fio condutor, a colecção revela, no entanto, certa homogeneidade nos temas e nas abordagens. Alguns contos propõem a revisitação de ideias e linguagens de época, outros vivem do presente e pensam sobre heranças e renovações. Uns mais vincadamente e acidamente humorísticos, outros de carácter sobretudo perplexo, terão como pano de fundo sempre o tempo e a História, e a acção que por acaso ou por necessidade vamos tendo nela.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

AUTORES NACIONAIS | MIGUEL REAL


Miguel Real é escritor e ensaísta.

Dos vários livros que publicou, destacam-se os romances A voz da terra, pelo qual recebeu o Prémio Literário Fernando Namora, O feitiço da Índia, que mereceu o Prémio SPA Autores, e os ensaios Nova teoria do malNova teoria da felicidadePortugal — um país parado no meio do caminhoNova teoria do Sebastianismo e Nova teoria do pecado.
Sobre a vida e obra de José Saramago, escreveu, entre outros, Narração, maravilhoso, trágico e sagrado em Memorial do convento e Pessoa & Saramago.
Participou em José Saramago. Nascido para isto, organizado por Carlos Reis, e em José Saramago: A escrita infinita, organizado por Carlos Nogueira.
Em setembro de 2022 publicou, na Companhia das Letras, As 7 vidas de José Saramago, aclamada biografia do Prémio Nobel português.
O último minuto na vida de Saramago é o seu primeiro romance nesta chancela.

domingo, 8 de setembro de 2024

AUTOBIOGRAFIA DE JESUS, de MIGUEL REAL | DOM QUIXOTE

Para o autor do presente livro, Jesus é uma coisa e Cristo é outra. Quando em pequeno se preparava para a Primeira Comunhão, Miguel Real explicou ao catequista que não acreditava que ninguém que tivesse morrido pudesse voltar à vida, e o padre, amigo da família, ficou tão chocado com aquela sinceridade que foi queixar-se à sua mãe, de quem recebeu a resposta que merecia.

Foi desde então que o problema da Ressurreição não mais deixou de preocupar o escritor e, tantos anos volvidos, ele decidiu escrever esta Autobiografia de Jesus tomando a voz do Filho de Deus, já que nada se conhece que Jesus tenha deixado escrito pela sua mão e os Evangelhos não falam de muito do que foi a sua vida familiar, a sua aprendizagem, as suas revelações, a sua conduta com as mulheres e, sobretudo, a sua tremenda solidão.

É sobre tudo isso que trata este romance há muito esperado, de um autor frequentemente atraído pelos assuntos religiosos e com várias obras ensaísticas publicadas em torno do pecado, da Igreja e do culto de Fátima. Com um final incrivelmente inventivo e inesperado, parece que aquele nó cego criado na mente do autor na infância vai certamente ser desatado durante a nossa leitura.
 

sábado, 7 de setembro de 2024

AUTORES NACIONAIS | DAVID MACHADO

David Machado nasceu em Lisboa em 1978. É o autor dos romances Deixem Falar as PedrasÍndice Médio de Felicidade (Prémio da União Europeia para a Literatura, Prémio Salerno Libro d’Europa), Debaixo da Pele e A Educação dos Gafanhotos. Publicou, além disso, vários contos para crianças, entre eles, A Noite dos Animais Inventados (Prémio Branquinho da Fonseca), O Tubarão na Banheira (Prémio Autores SPA/RTP), Eu AcreditoUma Noite Caiu Uma EstrelaO Alfabeto NojentoViagem Ao Centro do EscuroO Meu Cavalo Indomável (Prémio Autores SPA/RTP) e Esta História; assim como os romances juvenis Não Te Afastes e Os Reis do Mar (ambos selecionados para catálogo White Ravens). Os seus livros estão publicados em mais de vinte países.
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

OS DIAS DO RUÍDO, de DAVID MACHADO | DOM QUIXOTE


Dois anos depois de ter matado um terrorista islâmico evitando um atentado num café de Paris, Laura viaja pelo mundo contando a sua história e promovendo o livro em que relata o acontecimento. A fama em torno do seu nome espalha-se por toda a parte mas, nas redes sociais, o debate acerca do que fez levanta questões sobre feminismo, racismo, xenofobia e todo o tipo de extremismos.

Laura é glorificada por muitos, mas também alvo de ameaças de morte que, se a princípio prefere desvalorizar, acabam por obrigá-la a fugir e procurar refúgio no único lugar onde, contrariamente a tudo aquilo em que acreditava, se sente segura. É então nas pausas desse ruído virtual que enche o mundo, e de que ela também depende inexoravelmente, que Laura compreenderá as implicações do seu acto.

Numa narrativa pessoal e emotiva, Os Dias do Ruído - o muito ansiado novo romance de David Machado, vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura - explora as complexas dimensões do mundo contemporâneo, profundamente dominado pelas redes sociais, em que as vozes se sobrepõem quase sempre numa estridência incompreensível, revelando todas as contradições e incoerências não apenas de uma mulher, mas de qualquer ser humano.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

AUTORES NACIONAIS | POSSIDÓNIO CACHAPA

Escritor, argumentista, realizador português. Possidónio Cachapa nasceu e cresceu em Évora, antes de partir para os Açores e daí seguir para outras paragens. Autor de diversos romances, contos e novelas, entre os quais se contam Nylon da minha aldeia (1997), adaptado ao cinema, Materna Doçura (1998), Viagem ao coração dos pássaros (1999), Segura-te ao meu peito em chamas (2003), Rio da Glória (2007), O mundo branco do rapaz-coelho (2009) e Eu sou a árvore (2016), que marcou o seu regresso ao romance depois de nove anos sem publicar. A sua obra está traduzida em vários países, sendo objeto de teses universitárias internacionais e de adaptações a vários géneros artísticos. Entre outros filmes, realizou Adeus à Brisa, sobre a vida e obra de Urbano Tavares Rodrigues. Na Companhia das Letras estão publicados os romances Eu sou a árvoreO mar por cima Materna Doçura.
 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A SELVA DENTRO DE CASA, de POSSIDÓNIO CACHAPA | DOM QUIXOTE


Com um forte pendor autobiográfico, A Selva Dentro de Casa conta-nos, pela voz de uma criança, a história de um homem jovem que é enviado para a guerra em África deixando o sobrinho enredado na sua selva pessoal. Enquanto o tio e a lembrança dos dias felizes o abandonam, esta criança-narrador enfrenta o desafio de sobreviver num país marcado por outras formas de violência, a começar pela que existe no seio da sua própria família. O medo e os perigos estendem-se muito para lá das ervas altas e do rugir dos animais selvagens… a selva pode encontrar-se até mesmo dentro de casa.

Partindo da experiência pessoal do tio do autor, este romance procura ir mais além, tentando iluminar o mistério do que se passou com milhares de jovens portugueses arrancados às suas casas e atirados para um continente desconhecido, na tentativa de salvar o que restava do sonho de um império. Os que sobreviveram regressaram diferentes, com a selva dentro de si, e passaram o resto das suas vidas a tentar recuperar a pessoa que um dia foram. Mas nem as famílias nem as noivas que os aguardavam sabiam como receber alguém transformado pela violência da guerra.

Ao dar voz ao que esses homens nunca conseguiram verbalizar, esta narrativa pode contribuir para que se compreendam as causas do trauma. E, talvez, ajudar as famílias que sofreram os danos colaterais desse conflito a encontrar alguma paz nessa reconciliação com a sua presença ou memória.

Emocionante e repleto de ternura, A Selva Dentro de Casa é um romance que nos prende até à última página e que confirma a voz especial e única de um grande escritor.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

AUTORES INTERNACIONAIS | CARLOS RUIZ ZAFÓN

Carlos Ruiz Zafón (1964-2020) é um dos autores mais lidos e reconhecidos em todo o mundo.
Iniciou a sua carreira literária em 1993 com O Príncipe da Neblina (Prémio Edebé), a que se seguem O Palácio da Meia-NoiteAs Luzes de Setembro e Marina.
Em 2001 é publicado o seu primeiro romance para adultos, A Sombra do Vento, que rapidamente se transforma num fenómeno literário internacional. Com O Jogo do Anjo (2008) regressa ao universo de O Cemitério dos Livros Esquecidos, que continua em O Prisioneiro do Céu (2012) e que finaliza a tetralogia com O Labirinto dos Espíritos em 2016.
As suas obras foram traduzidas em mais de 50 línguas e conquistaram numerosos prémios e milhões de leitores nos 5 continentes.