Ao longo dos seus nove séculos de existência enquanto comunidade política autónoma, Portugal foi criando diversos emblemas visuais capazes de simbolizar esta sua condição. Tais emblemas tiveram uma função congraçadora, ou seja, serviram para fomentar a ideia de uma comunidade política dotada de coerência social e cultural, capaz de entrever um passado e um futuro compartilhados.
Alguns destes emblemas visuais beneficiavam de uma natureza formal, dimanando dos órgãos de poder, como era nomeadamente o caso da heráldica. Outros, pelo contrário, provinham de forma mais espontânea de diferentes sectores da sociedade, alastrando por vias informais. Todos, contudo, preenchiam funções similares no que toca à construção de uma identidade colectiva portuguesa.
O presente livro assume-se como um estudo dos diferentes tipos de imagens usadas para este efeito ao longo dos séculos, organizados segundo verbetes por ordem alfabética. É, assim, um dicionário de emblemas de Portugal, desde o anjo custódio até ao Zé-Povinho, passando pelas cores (branco, azul, verde, vermelho, isoladas ou em conjugação), pela bandeira, pela heráldica (em diversas componentes), pela Constituição, pela coroa, pelo cravo vermelho, por diversas cruzes, pelo dragão, por efígies e figuras alegóricas, por empresas, pela esfera armilar, por figuras ilustres, pelo galo de Barcelos, por logótipos, pela moeda, por Nossa Senhora, pelas ordens honoríficas. Todas juntas, estas imagens formam o fundo visual identificativo de Portugal.
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