O que leva um jovem de boas famílias, sem nenhum trauma digno de nota, a escolher o caminho do extremismo político? Porque é que alguém se torna fascista?
Estamos nos anos dois mil, e não nos anos setenta: Ettore, um adolescente de catorze anos que, após deixar a periferia, chegou à cidade para se matricular num grande liceu do centro, vê-se sem pontos de referência, perdido, sobretudo humanamente, num território e numa comunidade onde não sabe encontrar modelos a seguir nem novas amizades. Encontrá-los-á rapidamente num grupo neofascista, primeiro por acaso e depois cultivando sozinho a sua própria radicalização, o afastamento da família e dos amigos, rumo a um inevitável e trágico final.
Este é um romance de formação errada, um clímax não tanto - não só - de violência, mas também de ligações que se estreitam, de outras que se desfazem, e sobretudo de construção de uma identidade. Ao mesmo tempo, é uma confissão íntima, ora terna, ora dolorosa, da desambientação emotiva com que nos vemos confrontados durante a adolescência, e uma viagem pela atração que o mal sabe sempre exercer.
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